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Música

Bono, Bíblia e Rei David

“Aos doze anos adorava David: para mim era como uma «pop star», as palavras dos salmos eram poesia e ele era um ídolo”.

O jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, lembrou as afirmações do vocalista dos U2, Bono Vox, que falam do seu fascínio pelo Antigo Testamento, nomeadamente pelo Rei David.

“Antes de se tornar profeta e rei de Israel, David passou por muita coisa. Foi exilado, e acabou por ir viver para uma caverna, onde fez as pazes com Deus. É aí que esta novela se torna interessante: David compõe os seus primeiros blues”, declara Bono.

Para o jornal da Santa Sé, estas palavras poderiam não ser mais do que uma afirmação irreverente; mas para o autor do artigo, Gaetano Vallini, a confissão do cantor pode ser lida como uma “originalíssima declaração de fé”.

O vocalista dos U2 – um dos grupos rock mais importantes dos últimos trinta anos – nunca escondeu a sua fé cristã. O facto de a banda ser irlandesa tem levado muita gente a assumir automaticamente que os seus membros são católicos, mas de facto Bono foi baptizado na Igreja da Irlanda, um ramo da Igreja Anglicana. Hoje, o cantor parece estar desligado de qualquer Igreja institucional.

A influência do Rei David e da Bíblia na vida e na música de Bono não terminaram na sua adolescência, contudo. Neste site poderá encontrar uma lista exaustiva de referências bíblicas, algumas mais evidentes que outras, na música dos U2.

FotoCapa do último trabalho dos U2, «No Line On the Horizon»

A relação entre a Bíblia e os poemas da banda pode agora ser sistematicamente compreendida graças à obra «U2, The Name of Love», do crítico musical Andrea Morandi (Arcana, 2009, 664 pág.). O livro analisa todos os poemas de Bono, desde o primeiro álbum («Boy», 1980) até «No Line On the Horizon», de 2009.

Para Morandi, os U2 percorreram um itinerário circular: o intimismo e a religiosidade dos primeiros discos deu lugar a «Zooropa», onde Bono “confessa ter perdido bússola e mapa, razão e religião, limites e confins”; na faixa «The First Time», o vocalista reflecte sobre a perda da fé a partir da parábola do filho pródigo.

Em «No Line on The Horizon», décimo segundo álbum de originais, reencontra-se a luz e a esperança dos inícios, em particular na canção «Magnificent» (que evoca «Magnificat»), um louvor a Deus e um “hino definitivo ao amor”, como refere o crítico. E em «Unknown Caller», o desconhecido que chama é o Deus que salva.

 

 

 

Filipe d'Avillez
13.01.10

Bono

 

 

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