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Diretor da Faculdade de Teologia elogia ação de Bento XVI na conciliação entre fé e razão e na abertura à arte e cultura

O diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, padre João Lourenço, enaltece a ação de Bento XVI na procura de diálogo entre as convicções cristãs e a argumentação racional, bem como na abertura à arte, beleza e cultura.

«Devemos a este papa um magistério muito bonito que procurou centrar-se na conciliação entre a fé e a razão, mostrando ao mesmo tempo que pode haver uma vivência da fé com uma forte expressão e dimensão cultural», sublinhou em declarações ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

Bento XVI, que renuncia ao pontificado a 28 de fevereiro, tentou mostrar, «numa sociedade marcada por tiques de matriz racionalista, que a razão se pode reconciliar com a fé», vincou.

Para o biblista um dos textos onde esta relação se torna mais evidente é a exortação apostólica "Verbum Domini", resultante do sínodo sobre a Palavra de Deus realizado em 2008.

O docente considera que o documento «abre domínios muito significativos que interpelam fortemente a Igreja sobre a vivência e os dinamismos que a fé cristã pode dar à vida social».

O padre João Lourenço destacou que no âmbito das «formas plurais de expressão cultural» Bento XVI «manifestou sempre uma grande abertura de espírito para os inúmeros movimentos, grupos e tendências, incluindo as que se situam fora da fé».

O responsável recordou que a missão de uma Faculdade de Teologia é «ajudar a aprofundar a fé e contribuir para cultivar uma racionalidade sadia», que se exprime numa «razão coerente e, acima de tudo, aberta».

«O papa deu igualmente um grande impulso de qualidade e de abrangência àquilo que é a abertura da fé e da Igreja ao mundo da arte, da beleza e da cultura. Penso que esta é uma gratidão que todos lhe devemos», observou.

Para o padre João Lourenço este «foi um pontificado breve mas muito rico, que ao deixar traços muito significativos para o futuro pode marcar horizontes e abrir perspetivas».

«A marca que eu gostaria que o próximo papa desse ao seu magistério no domínio da cultura é que dê continuidade à herança de abertura que Bento XVI realizou», mantendo a sua «qualidade de reflexão e pensamento».

Os católicos, «e em especial aqueles que exercem o serviço de pastores na Igreja» são chamados a acrescentar «à descoberta das matrizes culturais da fé» a «preocupação de transformar a vivência da fé no diálogo com a cultura».

Ao mesmo tempo os fiéis devem recorrer à «beleza, usando o domínio da arte como forma de evangelização», dado que a sociedade «está cada vez mais atenta a esses sinais».

O responsável está convicto que é preciso «intensificar a formação» de leigos e clero, para que «acrescentem valor à expressão da sua fé».

FotoP. João Lourenço

 

Rui Jorge Martins
© SNPC | 13.03.13

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