Resignação de Bento XVI revela «grande amor à Igreja», diz padre Tolentino Mendonça, diretor da Pastoral da Cultura
O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura considera que a resignação de Bento XVI, anunciada hoje, «revela um grande amor à Igreja e um grande sentido da responsabilidade do que significa hoje governar a barca de Pedro».
O padre José Tolentino Mendonça manifestou «surpresa» face à «decisão tomada em plena liberdade» e sublinha que esta opção contribui para que se reconheça, «de forma ainda mais intensa, o contributo que o papa Bento XVI traz para a Igreja deste tempo».
Referindo-se às principais linhas da atuação do papa no que diz respeito à relação da Igreja Católica com a Cultura, o padre Tolentino Mendonça recordou o último encontro que teve com Bento XVI, na semana passada.
«Na última quinta-feira o papa recebeu em audiência a assembleia plenária do Pontifício Conselho para a Cultura, e o discurso que nos fez foi de grande empatia. Neste pontificado percebia-se que havia uma grande empatia com o mundo da Cultura, e o reconhecimento que este é um campo de particular importância para a ação da Igreja», sublinhou.
O encontro de Bento XVI com o mundo da Cultura em Lisboa, aquando da sua visita a Portugal em maio de 2010, o encontro com os artistas na Capela Sistina, no Vaticano, e a nomeação de Gianfranco Ravasi para presidir ao Pontifício Conselho da Cultura constituem para o padre Tolentino Mendonça algumas das marcas que o papa imprimiu na relação da Igreja com a Cultura.
O vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa realçou que Bento XVI é um «homem de grande cultura» e lembrou a «forma como exerceu o seu magistério, ao sair para fora das fronteiras», o que é comprovado com o facto de ter redigido «livros de grande circulação mundial, até mais do que as suas encíclicas».
O padre Tolentino Mendonça, que por várias vezes falou com o papa, diz que a característica que mais o marca é a sua «afabilidade muito tocante, e até surpreendente».
Rui Jorge Martins
© SNPC |
11.02.13
Bento XVI com cardeal-patriarca
de Lisboa, Guilherme d'Oliveira
Martins e padre José Tolentino
Mendonça. Lisboa, 12.5.2010
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