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Cardeal Tolentino Mendonça abre celebrações dos 700 anos da morte de Dante

O sétimo centenário da morte de Dante Alighieri vai ser assinalado, em Lisboa, com um conjunto de eventos de arte e pensamento delineados por instituições académicas e culturais de Portugal, Vaticano e Itália, que começam esta quinta-feira, 23 de setembro, com a inauguração de uma exposição e uma conferência do Card. José Tolentino Mendonça.

«Os “Dias de Dante”, autor que «marca profundamente a memória coletiva do Ocidente» e é citado por vários documentos papais, «convidam investigadores, amantes da literatura e o público em geral para uma série de iniciativas variadas», refere uma nota de imprensa enviada ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

A comissão organizadora envolve a Biblioteca Apostólica Vaticana, CECC (Centro de Estudos de Comunicação e Cultura), CITER (Centro de Investigação em Teologia e Estudos de Religião) – organismos da Universidade Católica Portuguesa -, Embaixada de Itália em Portugal, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Istituto Italiano di Cultura di Lisbona e a Fundação Calouste Gulbenkian, que acolhe os eventos.



«A intensidade histórica do comentário visual em torno à Comédia declara a força visionária de um texto que não dita uma ótica, um padrão imagético, mas simplesmente põe a caminho o ver. Não impõe uma representação do real, mas pede a cada um que construa o próprio olhar»



A obra do autor nascido em Florença e falecido em Ravena, atual Itália, vai ser objeto da exposição “Visões de Dante: o Inferno de Botticelli”, em que será apresentada «uma seleção de manuscritos e de edições raras» da “Divina Comédia”, provenientes da Biblioteca Apostólica Vaticana, Museu Calouste Gulbenkian, Biblioteca Nacional de Portugal e Coleção J. V. de Pina Martins, depositada na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

No mesmo dia em que inaugura a mostra, patente ao público a partir de 24 de setembro, o Card. Tolentino, bibliotecário da Biblioteca Apostólica do Vaticano e arquivista dos Arquivos Apostólicos do Vaticano, profere a conferência “Todos somos chamados a construir visões. A ‘Divina comédia’ como pedagogia do olhar”, às 19h00, no auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian.

«É minha convicção que a “Divina comédia”, sem prejuízo de outras propostas interpretativas, possa também ser lida como uma pedagogia poética e espiritual do olhar, como um itinerário de aprendizagem da visão. Não será, por exemplo, um acaso de percurso, mas uma razão consubstancial, que a obra de Dante tenha sido continuamente revisitada por artistas plásticos de primeira grandeza, como Botticelli, Blake, Doré, William-Adolphe Bouguereau, Rodin ou Rauschenberg. É como se tivessem sido chamados por Dante a ver com ele, através dele, além dele», aponta o poeta e teólogo.



Até 29 de novembro, data em que terminam “Os dias de Dante”, com comissariado de Teresa Bartolomei e João R. Figueiredo, a Fundação Gulbenkian propõe atividades em torno à exposição, «com a participação de artistas e personalidades do mundo da cultura».



O Card. Tolentino sublinha igualmente que «a intensidade histórica do comentário visual em torno à Comédia declara a força visionária de um texto que não dita uma ótica, um padrão imagético, mas simplesmente põe a caminho o ver. Não impõe uma representação do real, mas pede a cada um que construa o próprio olhar».

«Celebrar Dante é, por isso, interrogarmo-nos sobre quem somos, reconhecendo que é nesta interrogação que o homem se torna quem é, não reproduzindo respostas aviadas, mas percursos de descoberta e novos começos», assinala.

As comemorações prosseguem no sábado, 25 de setembro, com o colóquio internacional, “Dante: um poeta do nosso tempo” (auditório 2, 10h00-18h30), em que especialistas «discutem o impacto da “Divina Comédia” na cultura ocidental, bem como a sua ligação com o contexto religioso e político da época em que foi escrita».

O programa continua a 27 de setembro com a primeira sessão do ciclo “As lições sobre Dante”, na qual Alberto Manguel e Lina Bolzoni falarão sobre poesia e memória a partir da obra do “sumo poeta” (auditório 3, 18h00).



O sétimo centenário da morte de Dante será também marcado pelo lançamento da tradução em português de “A divina comédia”, assinada por Jorge Vaz de Carvalho



Até 29 de novembro, data em que terminam os "Dias de Dante", com comissariado de Teresa Bartolomei e João R. Figueiredo, a Fundação Gulbenkian propõe atividades em torno à exposição, «com a participação de artistas e personalidades do mundo da cultura».

«Os contributos científicos produzidos pelos intervenientes nestas múltiplas iniciativas serão recolhidos numa publicação que, além de coligir os contributos apresentados neste projeto, pretende abrir novos horizontes de interesse e de investigação em torno da poesia de Dante», revela o comunicado de imprensa.

O sétimo centenário da morte de Dante será também marcado pelo lançamento da tradução em português de “A divina comédia”, assinada por Jorge Vaz de Carvalho (ed. Imprensa Nacional), agendada para 15 de outubro, às 18h00, na Imprensa Nacional, em Lisboa.

Os detalhes sobre o acesso às conferências e à exposição podem ser consultados nas ligações apresentadas após este texto.


 

 
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