Responsáveis pela Pastoral da Cultura de dioceses portuguesas estão hoje reunidos em Fátima, no 13.º Encontro Nacional de Referentes, durante o qual foi anunciado que a próxima Jornada Nacional da Pastoral da Cultura, a 6 de junho, será dedicada à salvaguarda da ecologia e ao cuidado da casa comum.
«Ainda não fizemos uma reflexão teológica da ecologia. Temos perspetivas políticas, também provenientes dos influenciadores, como Greta Thunberg, que têm o seu valor, mas há uma reflexão teológica a fazer», frisou o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, D. João Lavrador.
A reunião de referentes, que conta com a intervenção do jornalista, romancista e cronista Henrique Monteiro, «pretende ser uma ligação entre as dioceses, para haver uma partilha dos trabalhos, iniciativas e projetos que se estão a realizar, e ao mesmo tempo para solicitarem apoio e colaboração ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura», explicou o bispo de Angra.
«Trata-se principalmente de procurar linhas comuns, sobretudo algo que possa ser refletido em comum, e que conduza à Jornada Nacional da Pastoral da Cultura, que quer contribuir para refletir temas prementes no domínio da intervenção cultural, tornando-se depois incentivo para a replicação nas dioceses», assinalou.
O prelado destacou que o encontro de referentes constitui um tempo de diálogo em que os participantes vão ser ajudados «por alguém que, estando no interior da cultura, e bastante atento à sua evolução a nível nacional e global», vai destacar, para o interior da Igreja, «o que está atualmente a marcar a agenda cultural».
Referindo-se à ação dos referentes nas dioceses, D. João Lavrador considera que é necessário estabelecer uma distinção.
«Uma coisa é aquilo que transparece em termos da cultura no sentido estrito, e nesse âmbito podemos pensar que ainda estamos com alguma deficiência; ou seja, trata-se de debater as grandes questões que se colocam hoje ao nível de confronto cultural, de maneira a pensá-las não só para o interior da Igreja, mas sobretudo no diálogo entre a Igreja e a cultura», apontou.
Todavia, se por cultura se entender «tudo o que é atividade humana, do contexto intelectual ao artístico, e outras áreas da intervenção humana», a Igreja tem «um manancial enorme de fazer cultural e de projeção cultural».
«Alegro-me muito porque nestas reuniões vamos vendo que, através das diversas facetas pelas quais a cultura se exprime, temos um trabalho bastante meritório, seja no interior da Igreja, seja na relação dela com a sociedade», observou.
No encontro participaram referentes e representantes das dioceses do Algarve, Angra, Aveiro, Braga, Bragança-Miranda, Coimbra, Évora, Guarda, Leiria-Fátima, Portalegre-Castelo Branco, Setúbal, Vila Real e Viseu.