O papa passou hoje em revista os momentos mais marcantes da sua participação na Jornada Mundial da Juventude, no Panamá (23 a 28 de janeiro), falando de uma Igreja contracorrente, bem como da baixa natalidade na Europa, e saudou os peregrinos de língua portuguesa com a antecipação do próximo encontro mundial de jovens católicos, em 2022: «A próxima Jornada será em português!».
A «grande sinfonia de rostos e de línguas» da Jornada foi «um sinal profético, um sinal contracorrente em relação à triste tendência atual para os nacionalismos conflituais, que erguem muros e se fecham, à universalidade, ao encontro entre os povos. É um sinal de que os jovens cristãos são no mundo fermento de paz», declarou Francisco na audiência geral das quartas-feiras, no Vaticano.
«Uma coisa que me tocou muito é que as pessoas levantavam com os braços as crianças quando passava o papamóvel, como que a dizer: “Eis o meu orgulho, eis o meu futuro”, e faziam ver as crianças. Havia muitas crianças, e as mães e os pais orgulhosos delas», recordou.
Esta atitude suscitou em Francisco uma reflexão: «Pensei: quanta dignidade neste gesto, e quanto é eloquente para o inverno demográfico que estamos a viver na Europa. O orgulho daquela família são as crianças, a segurança para o futuro são as crianças. O inverno demográfico sem crianças é duro».
Apesar de não ter estado presente, o papa mencionou a “pré-Jornada”, realizada com jovens indígenas e afroamericanos, que durante cinco dias mostrou «o rosto multiforme da Igreja na América Latina, que é mestiço».
A via-sacra, a liturgia penitencial na prisão para reclusos menores, a visita à casa Bom Samaritano, que acolhe jovens doentes com SIDA, a vigília de oração, no sábado, e a missa conclusiva, onde teve oportunidade de dizer à juventude que não é «o amanhã», mas «o hoje, o agora da Igreja e do mundo», foram momentos também destacados por Francisco.
Esta frase do papa não se dirigiu apenas aos jovens, assumindo-se como um apelo «à responsabilidade dos adultos, para que não faltem às novas gerações instrução, trabalho, comunidade e família: e isto é chave neste momento no mundo, porque estas coisas faltam: instrução, isto é, educação, trabalho, quantos jovens não o têm, e comunidade, que se sintam acolhidos em família».