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Arquidiocese de Braga

Igreja afasta proselitismo na Capital Europeia da Cultura e quer tornar Guimarães «Cidade da Verdade, da Pessoa, da Dignidade»

O arcebispo primaz de Braga não quer que a Capital Europeia da Cultura se torne num espaço de proselitismo (conversão religiosa) e deseja que Guimarães «se perpetue» como a Cidade da Verdade, da Pessoa» e «da Dignidade».

«Move-nos o espírito de colocar ao serviço deste acontecimento marcante para a nossa região e nunca a mínima intenção de proselitismo», sublinha D. Jorge Ortiga na saudação a Guimarães 2012 divulgada esta quarta-feira no site da arquidiocese.

A Igreja apela ao «diálogo e confronto de iniciativas» para «delinear um futuro de maior humanização para todos os homens» e vai procurar propor «em espírito de parceria, um conjunto de iniciativas», explica.

Guimarães, observa, «tem reunidas todas as condições para valorizar a pessoa, desenvolver as suas potencialidades e talentos, engrandecer o seu espólio cultural, cantando assim o que de bom e belo a vida tem».

Depois de denunciar o caminho «utilitarista» e «pobre» percorrido por «muitos» que «concebem a cultura como uma preparação técnica com o fim de garantir benefícios económicos», D. Jorge Ortiga sublinha que «o essencial habita bem mais além dos sentidos».

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«Sejam bem-vindos e aceitem a alegria de vos acolhermos com a delicadeza que exprime um sentimento de profunda estima e simpatia por quantos nos visitarem», escreve o arcebispo ao concluir a mensagem, que foi traduzida em inglês e espanhol.

 

Mensagem integral

Queridos amigos,

A cidade de Guimarães, durante este ano, vê-se transformada num palco aonde confluem diferentes correntes culturais, intelectuais e artísticas da atual sociedade.

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Num ano que espero e desejo pródigo em eventos, desde inúmeros espetáculos musicais e cinematográficos a momentos de poesia e de encontros literários, gostaria de me associar a cada um de vós, aprender convosco e tornar presente aquilo que vale e sempre permanece, a Vida. Como dizia Paulo VI “o que conta para nós é o homem, cada homem, cada grupo de homens, até se chegar à humanidade inteira”. O Papa Bento XVI, na sua Encíclica Caritas in Veritate, reforça esta ideia e acrescenta: “O primeiro capital a preservar e valorizar é o homem, a pessoa, na sua integridade”. E afirmou: “O autêntico desenvolvimento do homem diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em todas as suas dimensões (...), se não é desenvolvimento do homem todo e de todo o homem, não é verdadeiro desenvolvimento”. Ora, Guimarães 2012 tem reunidas todas as condições para valorizar a pessoa, desenvolver as suas potencialidades e talentos, engrandecer o seu espólio cultural, cantando assim o que de bom e belo a vida tem.

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A Igreja não é alheia ao mundo da cultura. Bem pelo contrário, ao olhar para trás, encontramos os mosteiros como os lugares onde resistiam os tesouros da velha cultura e onde, a partir dos mesmos, se traçava gradualmente uma nova cultura. Já mais perto dos nossos dias, encontramos o Papa Bento XVI reunido com os cultores do Pensamento, da Ciência e da Arte com quem partilha a vontade de fazer caminho e a grande missão consiste em achá-lo e segui-lo: “Há toda uma aprendizagem a fazer quanto à forma de a Igreja estar no mundo, levando a sociedade a perceber que, proclamando a verdade, é um serviço que a Igreja presta à sociedade, abrindo horizontes novos de futuro, de grandeza e dignidade”.

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Desejo verdadeiramente, caríssimos amigos, que durante este ano, Guimarães prepare e percorra um caminho que a perpetue na história como a Cidade da Verdade, da Pessoa, da Dignidade que a Capital da Cultura soube alicerçar. Sabemos que este caminho é árduo, já que são muitos os que, nos tempos modernos, concebem a cultura como uma preparação técnica com o fim de garantir benefícios económicos, mas este caminho utilitarista é sesgo e pobre. Gostaria que em Guimarães 2012 a arte, a dança, a música, a literatura, a arquitetura se harmonizasse em vista à formação da pessoa humana, para viver plenamente a sua própria vida, cientes de que o essencial habita bem mais além dos sentidos.

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Da parte da Igreja de Braga procuraremos propor, em espírito de parceria, um conjunto de iniciativas. Move-nos o espírito de colocar ao serviço deste acontecimento marcante para a nossa região e nunca a mínima intenção de proselitismo. No diálogo e confronto de iniciativas podemos delinear um futuro de maior humanização para todos os homens.

Sejam bem-vindos e aceitem a alegria de vos acolhermos com a delicadeza que exprime um sentimento de profunda estima e simpatia por quantos nos visitarem.

Braga, 21 de janeiro de 2012

† Jorge Ortiga, A.P.

 

Rui Jorge Martins
Fotografias: Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura
© SNPC | 09.02.12

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