Naquele tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus e Ele começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal de Jonas. Assim como Jonas foi um sinal para os habitantes de Nínive, assim o será também o Filho do homem para esta geração. No juízo final, a rainha do sul levantar-se-á com os homens desta geração e há de condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão. No juízo final, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão de condená-la, porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; e aqui está quem é maior do que Jonas».
Lucas 11, 29-32
Outras leituras do dia: Jonas 3, 1-10; Salmo 50 (51), 3-4. 12-13. 18-19
Se a lei não conduz a Jesus Cristo, não nos aproxima de Jesus Cristo, está morta. Eu estou preso às minhas coisas, às minhas ideias, fechado? Ou estou aberto ao Deus das surpresas? Sou uma pessoa parada ou uma pessoa que caminha? Acredito em Jesus Cristo e naquilo que fez, ou seja, que morreu, ressuscitou? Creio que o caminho prossegue rumo à maturidade, rumo à manifestação da glória do Senhor? Sou capaz de compreender os sinais dos tempos e ser fiel à voz do Senhor que se manifesta neles?
Papa Francisco
É possível administrar o poder sem se fazer corromper por ele, e conservar a pureza espiritual. Demonstra-o a história do príncipe Casimiro, terceiro filho de Casimiro IV, rei da Polónia, e da rainha Isabel da Áustria. Nasceu em Cracóvia em 1458, e aos 13 anos é-lhe oferecido o trono da Hungria por faces adversas ao então monarca húngaro Matias Corvino. Mas Casimiro, após a disponibilidade inicial, recusou, depois de ter sabido da oposição à sua coroação pelo papa Sisto IV. Em 1479, por causa da ausência do pai, tornou-se regente da Polónia, distinguindo-se pela sabedoria no governo e pela pureza de alma. Preferiu o celibato ao casamento combinado, e escolheu para si uma vida de penitência. Morreu em 1484.
Matteo Liut, Avvenire
© Bimo Pradityo
Poema
Faz-se luz pelo processo
de eliminação de sombras
Ora as sombras existem
as sombras têm exaustiva vida própria
não dum e doutro lado da luz mas no próprio seio dela
intensamente amantes loucamente amadas
e espalham pelo chão braços de luz cinzenta
que se introduzem pelo bico nos olhos do homem
Por outro lado a sombra dita a luz
não ilumina realmente os objetos
os objetos vivem às escuras
numa perpétua aurora surrealista
com a qual não podemos contactar
senão como os amantes
de olhos fechados
e lâmpadas nos dedos e na boca
Mário Cesariny
Capela | Estudio Cella | Santa Ana, Argentina | © Ramiro Sosa
Sabendo fazer se muito apreciado em França e na Bélgica, em Espanha e na América Latina, Eugénio de Castro (4.3.1869 – 17.8.1944), além de ser (com “Oaristos” e seu prefácio, 1889) o introdutor programático da nova estesia da crise finissecular, impõe se como figura de proa da poesia da tensão decadista/simbolista (“Horas”, “Silva”, “Belkiss”, “Sagramor”, etc.), e mantém se grande criador de imagens e sábio artista (“Cons¬tança”) quando transita para o revivalismo classicizante e para a integração neo romântica. Dominante em Eugénio de Castro é a preeminência e a perenidade da beleza artística — quase suficiente para garantir o sentido e a bondade da existência humana, mas sem impedir a gradativa impregnação da sua poesia por um sentido cristão da Vida, no plano moral e na perspetiva escatológica. A dívida da literatura portuguesa em relação a Eugénio de Castro perante o seu exemplo de continuado e esclarecido esforço de revitalização temático formal é indissociável da dívida da cultura (literária e cívica) nacional perante a sua constante lição do valor ético do labor artístico.
José Carlos Seabra Pereira
(Profeta Jonas)
Agora Senhor,
dá a teu servo
um coração
capaz dessa escuta.
Primeiro Livro dos Reis