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Porto

Via Crucis do Hospital de São João

Desde o primeiro dos seus dias, o Hospital de S. João assumiu, para se dizer à sociedade que serve, a Cruz, uma Cruz de quatro braços que se abrem em oito pontas. É a Cruz chamada de Malta, símbolo de uma Ordem que veio a ser militar, mas nasceu hospitalária, em meados do primeiro século do segundo milénio, em Jerusalém, tendo como patrono S. João Batista. Uma finalidade originária: acolher e prestar assistência a peregrinos de qualquer fé ou raça, na Casa e no Hospital construídos, com permissão do Califa, na Cidade-Templo dos três credos abraâmicos. Só a tragédia das Cruzadas implicou a militarização. Quando a liberdade religiosa encontrou condições históricas para ser reconhecida como valor maior, de novo a Ordem de Malta, deixando para trás a circunstancial opção militar, tornou às suas raízes hospitalárias, constituindo hoje uma das maiores instituições internacionais na oferta de assistência e cuidados que se estende a todo o planeta.

Os dramas das Grandes Guerras foram testemunhas principais deste regresso da Ordem da Cruz das oito pontas à sua matriz hospitalária. E o Porto, em meados do último século do segundo milénio, viu nascer o seu Hospital maior, que adotou o nome do Santo que a Cidade festeja e que é patrono da Instituição, como o é da Ordem da Cruz das oito pontas, como oito são as bem-aventuranças, indicadoras de um caminho de felicidade que não ilude o sofrimento e a luta, nem se confina aos limites do tempo, mas o extravasa, como só o amor realiza.

Por tudo isto, porque a identidade do Hospital de S. João é plasmada e manifesta neste símbolo da hospitalidade, que é a Cruz, concretamente a Cruz de Malta, querendo o Serviço Religioso, associando-se-lhe a Liga dos Amigos do Hospital, participar na comemoração do cinquentenário, fá-lo com a iniciativa maior de dotar a Capela com uma Via Crucis - o Caminho da Cruz - interpretada em imagens e palavras de artistas de hoje: o Pintor Avelino Leite e o Escritor Mário Cláudio. O traço do Arquiteto Bernardo Abrunhosa de Brito inscreve-a no lado da Capela por onde a luz lhe chega, multicolor e redentora de toda a escuridão, cada manhã. Queremos contribuir para que não se quebre o longuíssimo fio cultural e espiritual da nossa herança civilizacional, tecido de acolhimento e dádivas a partir do acolhimento e da dádiva maiores de que a Via Crucis é expressão originante.

Fazemo-lo, também, porque acreditamos que cada dia desta Casa é um passo compassivo do Homem das Dores, o primeiro bem-aventurado, divinamente companheiro de cada homem ou mulher que aqui atravessam os mais profundos e estreitos vales da humana condição, potencialmente encostas que elevam e alargam infinitamente o horizonte.

É uma história de dádivas esta Via Crucis, que abre uma fresta de luz à altura do olhar na parede nascente da Capela do Hospital de S. João e se expande neste Livro. Dádivas com nome e dádivas anónimas, dádivas... dádiva que, acolhida, só requer uma palavra: graças.

 

Conheça a Via Crucis do Hospital de São João, com textos de Mário Cláudio e ilustrações de Avelino Leite

 

P. José Nuno
Capelão do Hospital de São João
In Via Crucis - Hospital de São João
Atualizado em 10.02.13

Capa (detalhe)




















 

 

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