Arquitetura
Templo Expiatório da Sagrada Família, Barcelona: os primeiros anos
O Papa Bento XVI vai dedicar – consagrar a Deus – o templo da Sagrada Família em Barcelona este domingo, 7 de novembro.
Na mesma celebração, a igreja será proclamada “basílica”, título atribuído pelo Vaticano a igrejas que se tenham distinguido pela sua relevância histórica e espiritual.
Sagrada Família: os primeiros anos
Até meados do século XIX, Barcelona era uma antiga cidade amuralhada situada numa pequena planície junto ao mar. Por trás de si tinha um grande espaço, protegido por uma serra de pouca altura, no qual estavam proibidas as construções por motivos de defesa militar. Foi nesta área que a partir de 1860 se começaram a traçar avenidas largas em quadrícula.
Fotografia de 1904. A área circundante era pouco urbanizada e possibilitava a pastagem de rebanhos de cabras
Sagrada Família nos primeiros anos do século XXI
O livreiro José Bocabella, presidente da Associação de Devotos de S. José, pretendia um lugar central nesta zona para construir o templo que desde há muito tempo queria construir para dedicar à Sagrada Família, mas os melhores terrenos eram já muito caros, pelo que teve de contentar-se com um, que apesar de ainda estar no novo perímetro urbano, localizava-se numa paisagem tradicional de hortos e casas de campesinos contrastava com um pequeno núcleo de habitações na nova população trabalhadora, dependente da pujante indústria têxtil. Tinha a vantagem de o terreno ser muito mais barato, de maneira que pode comprar uma superfície muito maior.
Para concretizar os planos do tempo expiatório – isto é, construído exclusivamente com recurso a doações particulares, de fiéis ou não, Bocabella recorreu a Francisco del Villar. O arquiteto diocesano projetou uma igreja de estilo gótico, cuja cripta começou a construir, mas a ocorrência de desavenças com Bocabella obrigaram-no a demitir-se.
A primeira torre, dedicada a S. Barnabé, foi terminada em 1925
Meses mais tarde, em 1883, o jovem arquiteto Antoni Gaudí, nascido em Reus em 1852, ocupou o lugar vago. Gaudí, o prestigiado autor de grandes obras como o Palácio Güell, as casas Batllo e Milà, a cripta da Colónia Güell ou o Parque Güell, tem na Sagrada Família a que pode chamar-se a obra da sua vida, dado que trabalhou nela durante 43 anos, até à morte. Na tarde de 10 de junho de 1926, pouco depois de sair do estaleiro, foi atropelado por um elétrico e morreu devido aos ferimentos.
Estúdio de Gaudí no interior do templo
Nas suas mãos, o templo adquiriu dimensões, exuberância e significado de tal modo relevantes que rapidamente começaram a chamá-lo de catedral, embora a sé episcopal se encontre numa igreja que remonta ao século II, e cujo atual edifício começou a erguer-se no fim do século XIII.
Dormitório de Gaudí no interior do templo
Texto e fotografias: El Templo de La Sagrada Familia, ed. triangle Postals
05.11.10
Sagrada Família quando terminada
Templo Expiatório da Sagrada Família, Barcelona: cripta, abside e claustro [IMAGENS]
Templo Expiatório da Sagrada Família, Barcelona: Fachada do Nascimento [IMAGENS]
Templo Expiatório da Sagrada Família, Barcelona: Fachada da Paixão [IMAGENS]
Templo Expiatório da Sagrada Família, Barcelona: Fachada da Glória, torres e interior [IMAGENS]
A Paixão de Cristo segundo Subirachs [IMAGENS]