Um pastor que soube renovar a Igreja, mantendo firme a fidelidade à tradição e à doutrina: é um modelo mais que atual aquele que é oferecido por S. Gregório I, dito Magno (Grande), pontífice de 3 de setembro de 590 a 12 de março de 604.
Nascido em torno de 540 de uma família senatorial, foi escolhido como prefeito de Roma a seguir à morte do pai, mas preferiu a vida monástica, tornando-se dpeois abade do mosteiro de Santo André sul Celio.
«Deste período de vida monástica, vida de diálogo permanente com o Senhor na escuta da sua palavra, permanecer-lhe-á uma profunda saudade que se vê sempre de novo e cada vez mais nas suas homilias: entre as obsessões das preocupações pastorais, recordá-lo-á várias vezes nos escritos como um tempo feliz de recolhimento em Deus, de dedicação à oração, de serena imersão no estudo. Assim pôde adquirir aquele conhecimento profundo da Sagrada Escritura e dos Padres da Igreja do qual se serviu depois nas suas obras», afirmou o papa emérito Bento XVI.
Elevado à cátedra de Pedro, apesar da saúde frágil, exerceu um sólido ministério na administração da Igreja, assim como na ação missionária e caritativa, tendo comprado e distribuído trigo, socorreu os necessitados, entre os quais monges e monjas que viviam na indigência, pagou resgates e comprou armistícios e tréguas.
Com a experiência obtida no cargo de prefeito de Roma, desempenhou uma obra de reorganização administrativa, dando instruções claras para que os bens da Igreja fossem geridos com retidão e segundo as regras da justiça e da misericórdia, recordou Bento XVI.
A sua obra normativa no âmbito litúrgico e do canto sacro foi preciosa: a ele se deve o núcleo daquele que se tornará o Missal Romano. Entre os seus escritos há também obras de caráter pastoral, moral, espiritual e homilético.
É considerado um dos maiores Padres da Igreja, clérigos que se distinguiram nos primeiros séculos do cristianismo pelo testemunho de vida cristã e pelos seus escritos, e neste âmbito é também Doutor da Igreja.
«Numa época desastrosa, aliás desesperada, soube criar paz e dar esperança. Este homem de Deus mostra-nos onde estão as verdadeiras nascentes da paz, de onde vem a verdadeira esperança e torna-se assim um guia também para nós hoje», apontou Bento XVI.
É padroeiro dos cantores, músicos e papas, e o seu emblema é uma pomba ou uma gaivota.