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Roberto Mancini, fé, Fátima, futebol: «Estou convicto de que quem reza é ajudado por Deus»

«Fui sempre religioso: cresci numa paróquia, inclusive futebolisticamente, acredito em Jesus e em Nossa Senhora. Nasci a 27 de novembro, o dia da Virgem da Medalha Milagrosa. [A fé] ajuda-te nos momentos de dificuldade, também a amadurecer», declarou há um ano Roberto Mancini, ao jornal “Gazzetta dello Sport”.

Sabia-se que é crente o treinador da seleção nacional italiana de futebol, que no domingo disputa a final do campeonato da Europa de 2020 com a Inglaterra, como também o facto que Medjugorje exerce um certo apelo sobre ele. Mas a muitos escapou o laço particular que o ex-jogador cultiva desde há tempo com a Virgem Maria e com os seis videntes aos quais terá aparecido na pequena e áspera cidadezinha da Bósnia-Herzegovina pela primeira vez a 24 de junho de 1981, há precisamente 40 anos.

O que voltou a chamar a atenção para este lado pouco conhecido de Mancini foi a entrevista introspetiva por ele concedida a Pierluigi Diaco, na televisão italiana RAI. Em determinado momento, o entrevistador pergunta: «Acreditas nas aparições de Nossa Senhora em Mediugorje?». E ele, com olhos brilhantes de emoção, mas sem incerteza alguma na voz, responde: «Acredito. Sim, acredito. Fui diversas vezes, falei com Vicka [Ivankovic], com os outros videntes».



«Deus esteve sempre na minha vida. Porque nasci e cresci na minha paróquia. Ia à missa todos os domingos e era acólito, até aos 14 anos, quando fui jogar para o Bolonha. E depois afastei-me, e hoje percebo porquê. Este lugar tem alguma coisa de particular, fala à tua alma»



Mancini foi pela primeira vez a Medjugorje em 2012, no dia 25 de março, quando a Igreja assinala a anunciação do anjo a Maria. Com o então treinador do Manchester City viajaram a mulher e a filha. Nesse tempo, a equipa inglesa estava a oito pontos da histórica rival da cidade, treinada por Alex Ferguson, quando faltavam seis jornadas para o final do campeonato. Após a viagem começou uma imprevisível recuperação, que culminou com a ultrapassagem ao Manchester United e a vitória na “Premier League”, a 13 de maio, festa de Nossa Senhora de Fátima.

Por diversas ocasiões Mancini declarou: «A fé ajudou-me muito na vida, não no trabalho, porque acredito que o Senhor e a Nossa Senhora têm coisas bem mais importantes a resolver. No entanto, estou convicto de que quem reza com fé recebe uma ajuda». José Duque, dirigente português do City, nascido próximo de Fátima, notou a coincidência da data do jogo decisivo e deu a entender a Mancini que «Nossa Senhora nos terá ajudado. Estou convicto de que quem reza é ajudado por Deus».

Na entrevista, Mancini recordou a sua professora da escola primária. «Chamava-se Anna Maria Bevilacqua. Eu era um bocadinho vivaz quando era pequeno, e portanto na escola, às vezes, criava alguns problemas, durante as aulas… Estava pouco atento e não estudava muito; a professora falou com a minha mãe o meu pai: “Amanhã, antes de vir para a aula, em vez de leite, deem-lhe camomila…”. E durante algum tempo deram-me camomila de manhã. A professora queria-me verdadeiramente bem, era muito dedicada».



«Da curiosidade que me levou pela primeira vez a Medjugorje passei a uma frequentação mais consciente. Conheci e falei com pessoas que me ensinaram alguma coisa. O confronto com a dor também te faz crescer»



À pergunta «o que é que te comove?», Mancini respondeu: «Comovem-me as crianças, ou pensar que uma criança possa perder os pais quando é pequena. Isto é uma coisa que me comove muito porque penso que não está certo. Penso que não está certo que uma criança não possa crescer com os seus pais».

Num livro sobre a influência de Medjugorje em desportistas de relevo, o treinador explicou: «Deus esteve sempre na minha vida. Porque nasci e cresci na minha paróquia. Ia à missa todos os domingos e era acólito, até aos 14 anos, quando fui jogar para o Bolonha. E depois afastei-me, e hoje percebo porquê. Este lugar tem alguma coisa de particular, fala à tua alma. Se todos nos comportássemos como as pessoas que vivem e trabalham em Medjugorje tudo se passaria de maneira diferente».

«Muitos dizem que não têm tempo para rezar, como eu o dizia, mas é preciso fazer como nos diz Nossa Senhora: começar aos poucos e ser constante, porque depois damo-nos conta de que já não se consegue passar sem ela. Da curiosidade que me levou pela primeira vez a Medjugorje passei a uma frequentação mais consciente. Conheci e falei com pessoas que me ensinaram alguma coisa. O confronto com a dor também te faz crescer. Já há algum tempo que não vou, mas voltarei em breve».

A paróquia de infância a que o treinador faz sempre referência é a de S. Sebastião, em Jesi, próximo de Ancona, 250 km a nordeste de Roma. Em 2014, quando faleceu o P. Roberto Vigo, sacerdote pela qual foi responsável durante mais de meio século, Mancini esteve no funeral, recordando como, precisamente no pequeno campo adjacente à igreja, também ele, que habitava em frente, deu os primeiros passos e chutos na bola, como todos os jovens do bairro. Com o mesmo espírito agradecido participou recentemente numa missa em sufrágio por Vujadin Boskov, mítico treinador jugoslavo da Sampdoria, presidida pelo P. Mario Galli, o ex-capelão da equipa que, pela primeira vez, lhe falou da Rainha da Paz e das aparições em Medjugorje.


 

Tancredi Peschi
In Famiglia Cristiana
Trad./edição: Rui Jorge Martins
Publicado em 09.07.2021 | Atualizado em 08.10.2023

 

 
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