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Começa esta quarta-feira a edição de 2017 do “Revelar-Te”, ciclo de cinema com entrada gratuita que apresenta «filmes de grande valor temático e artístico, alguns dos quais galardoados e com relevo na história do cinema».
A iniciativa, que se estende até domingo, em Almada, abrange, a par das exibições, «os comentários relevantes, de personalidades da vida pública portuguesa, propondo um outro olhar sobre o mundo e a vida».
A estreia do ciclo cabe a “Vou para casa”, de Manoel de Oliveira (2001, 1h30), «percorrido por um humor subtil, sobre a impossibilidade do ser humano de se distanciar de si mesmo, recorrendo à imagem de “voltar a casa” como um modo de sobrevivência perante as adversidades da vida».
O filme, que será comentado por Maria do Rosário Lupi Bello, professora da Universidade Aberta, reflete também sobre a «postura do homem perante as suas tragédias pessoais e a necessidade de se desenvencilhar, protegendo-se nas diversas personalidades que vai assumindo ao longo do filme», refere a sinopse.
“Children of Nagasaki”, de Keisuke Kinoshita (1983, 2h08), é a proposta para quinta-feira, evocando o lançamento por parte dos EUA, a 9 de agosto de 1945, da bomba atómica sobre a cidade japonesa, causando 80 mil mortos e milhares de pessoas feridas ou contaminadas por radiação.
Película de pequeno orçamento, é uma dramatização do bombardeamento «com base no relatório de um dos sobreviventes do "dia depois" de Nagasaki: um médico que perdeu a sua mulher recebe tratamento para os efeitos da radiação» e os «filhos mostram-lhe por que vale a pena viver a vida». O comentador escolhido é Rui Santos, produtor de Cinema.
No dia 15 de dezembro é apresentado “Deus não está morto”, assinado por Harold Cronk (2014, 1h53) e analisado por Maria de Fátima Prudêncio Vizeu Pinheiro, mestre em Filosofia Moderna e Contemporânea.
O argumento desta «lição de teodiceia para principiantes» conta a história de um jovem cristão, Josh, que se matricula numa universidade; «numa aula o professor exige que os seus alunos lhe entreguem uma declaração a dizer que "Deus está morto". Josh, porém, será o único aluno a recusar-se a assinar».
"Sophier Scholl: The final day”, de Marc Rothemund (2005, 2h00), narra «a história verídica de Sophie Scholl, integrante de um movimento de jovens universitários cristãos que apela para a resistência em 1943, enquanto as tropas de Hitler ainda marcham pela Europa vitoriosas, em Munique.
«Porém, enquanto distribuem folhetos Sophie e seu irmão, Hans, são presos. Os dias que se seguem serão de intensos interrogatórios conduzidos pelos oficiais da Gestapo: que conduziram ambos à morte, ou melhor, ao martírio», lê-se no resumo do filme, que conta com o comentário do P. Padre Quintela, da Associação Vale de Acór.
O ciclo termina no dia 17 com “Dos homens e dos deuses”, de Xavier Beauvois (2010, 2h02), sobre «a história real dos monges que viviam num mosteiro trapista em Tibhirine, perto de Médéa, Argélia, inteiramente acolhidos pela população local muçulmana».
O fundamentalismo islâmico ameaça a presença dos religiosos, que mesmo assim decidem ficar com o povo a que foram enviados. «Todavia, a violência será consumada e sete dos nove monges de Thibhirine serão martirizados na noite de 26 para 27 de março de 1996». A obra será comentada pelo P. José Afonso Marques Pinto, SJ.
Os filmes da 8.ª edição do Revelar-Te são exibidos sempre às 21h30 no Forum Romeu Correia.