Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes é um sinal da Igreja para a cultura e o diálogo
O bispo D. João Lavrador, membro da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, considera que o Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes é um sinal que a Igreja lança para o que «deve ser o horizonte de todos aqueles que trabalham no domínio da cultura e do diálogo com o mundo».
As declarações do prelado foram prestadas ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura esta segunda-feira, em Lisboa, após a reunião dos jurados da 10.ª edição do prémio, que por unanimidade deliberaram atribuí-lo ao jornalista Francisco Sarsfield Cabral.
Que critérios determinaram a escolha do júri do Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes?
A escolha do dr. Sarsfield Cabral para o Prémio Árvore da Vida, do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, foi querida por todos os membros do júri, que estiveram de acordo logo à primeira.
A primeira razão para a escolha é a sua cultura diversificada, nomeadamente no domínio do jornalismo ligado à área da economia. Todos somos muito sensíveis aos valores que imprime nos seus artigos.
Em tempos de muita crise na sociedade portuguesa, muito debate, e até de muita perplexidade na área económica, e ao mesmo tempo que o jornalismo atravessa uma mudança muito grande, sem que se saiba onde para essa evolução, estamos diante de um homem que na serenidade, através da sua cultura intelectual, dos seus valores morais, da sua consciência cívica, da sua crítica serena e aprofundada, nos ajuda a ler os tempos em que vivemos.
Por outro lado, Francisco Sarsfield Cabral contribui para que nos situemos perante o que deve ser uma comunicação séria, assente em valores que ajudam o ser humano a valorizar-se a si e na relação com os outros.
Num tempo em que há dificuldade de entendimento do que é a nossa economia, sobretudo na medida em que ela está a afetar tantas pessoas, Francisco Sarsfield Cabral expressa valores humanísticos e solidários que ajudam a entender a relação que se deve estabelecer entre a ciência económica e o ser humano.
Este relacionamento deve ser marcado pela prioridade à pessoa, ao bem comum, à dignidade, que muito ajudarão a contemporaneidade a reencontrar a centralidade do ser humano e o seu horizonte primeiro, para que a economia esteja ao serviço do homem, e não o contrário.
Que importância tem o Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes para a relação entre a Igreja católica e a cultura em Portugal?
O Prémio distingue pessoas que, ao se destacarem pelo seu contributo em várias áreas, fazem a ponte entre Igreja e sociedade.
Não se trata, propriamente, de distinguir personalidades afetas ao credo católico; essencialmente, a Igreja reconhece, nos premiados, pessoas que estão de acordo com o humanismo que a Igreja vive, e que, ao mesmo tempo, pugnam por aquela realidade do ser humano, pela sua forma de estar em sociedade e pelos valores sociais que a Igreja quer ver implementados.
Este prémio tem um valor muito grande porque é um sinal, a partir de pessoas concretas, do que deve ser o horizonte de todos aqueles que trabalham no domínio da cultura e do diálogo com o mundo.
Rui Jorge Martins
© SNPC |
14.05.14
Prémio Árvore da Vida
- Padre Manuel Antunes
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