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Prémio Árvore da Vida distingue “Rosinha e outros bichos do mato”

O Prémio Árvore da Vida, atribuído desde 2010 pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC) no festival de cinema independente IndieLisboa, foi concedido este sábado, 6 de maio, ao documentário “Rosinha e outros bichos do mato”, da realizadora Marta Pessoa (2023, 101 minutos).

Trata-se de «um filme que perscruta a ideia de “racismo suave” e como esta vem beber ao enaltecido colonialismo português. A Rosinha titular é uma nativa guineense que se torna no símbolo da primeira exposição colonial portuguesa apresentada pelo Estado Novo em 1934. Uma viagem ao passado para entender o presente», lê-se na sinopse.

A referida mostra levou aos jardins do Palácio de Cristal, no Porto, «a recriação das aldeias indígenas e “exemplares” dos povos que as habitavam. Rosinha veio com ela da Guiné e está presente em vários filmes e imagens oficiais».

«Mas quem é Rosinha? Quem são as rosinhas históricas que nos fizeram acreditar na lição do Estado Novo e que talvez expliquem de que modo chegámos aos nossos dias a acreditar que “Portugal não é um país racista”», questiona Margarida Moz no texto de apresentação do filme.



Imagem Póster | D.R.


«Ao longo deste documentário a história da propaganda fascista surge como um tenebroso espelho para onde nos custa olhar. Portugal é um país com uma História por contar, e este filme é uma belíssima forma de contrariar esse silêncio», acrescenta a programadora que fez parte do comité de seleção desta 20.ª edição do IndieLisboa.

O argumento é assinado por Marta Pessoa, Rita Palma e a produtora Três Vinténs, que compõem igualmente o elenco, a par de Binete Undonque, alunos da Escola Profissional de Marvila, Grupo Etnográfico de Areosa e Paulo Pinto.

«O vencedor do Prémio Árvore da Vida é uma investigação ao nosso passado colonial, ao discurso político, à ideia que temos de nós e do Outro, uma viagem à dignidade humana e a algumas indignidades através do trabalho de arquivo e da imaginação», assinalam os jurados.










O júri do Prémio Árvore da Vida, Pedro Mexia, antigo subdiretor e diretor interino da Cinemateca Portuguesa, poeta, escritor, crítico, e Rui Martins, do SNPC, decidiu também conceder uma menção honrosa a “As Lágrimas de Adrian”, curta-metragem de Miguel Moraes Cabral (2023, 18 minutos).

«A partir de imagens de arquivo, tece-se uma improvável história de um menino que não parava de chorar, tanto criando cheias como paraísos», explica a sinopse.

«A menção honrosa é atribuída a um filme de montagem que, usando imagens de arquivo, faz uma ligação poética entre o sofrimento individual e os grandes movimentos do mundo e da História», anotam os jurados.



Imagem Póster | D.R.


Com o valor de dois mil euros, o Prémio Árvore da Vida distingue um dos filmes selecionados pela organização do IndieLisboa para a secção Competição Nacional, tendo como critério os seus valores espirituais e humanistas, a par das qualidades cinematográficas.


 

Rui Jorge Martins
Publicado em 06.05.2023

 

 

 
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