As questões colocadas pela «ecologia integral, tanto espiritual e física, como social e ambiental, na lógica de que só o autoconhecimento (ecologia interior), que leva a uma correta gestão do próprio ser (economia interior), potenciará o conhecimento verdadeiro e a gestão justa e solidária da cultura e do cosmo», vão estar no centro de um debate alargado organizado pelo Serviço Diocesano da Pastoral da Cultura de Angra.
A sessão, marcada para 7 de fevereiro, em Ponta Delgada, incide «sobre as várias dimensões de uma ecologia integral e integradora», através da apresentação de cinco reflexões, seguidas de um diálogo, explica uma nota assinada pelo referente da Pastoral da Cultura da diocese açoriana, P. Ricardo Tavares, que modera a iniciativa e assume a intervenção de abertura.
O programa começa com um enquadramento a partir a encíclica do papa Francisco sobre o cuidado da casa comum, “Laudato si’”, antecedendo o comentário de Avelino Meneses, antigo reitor e professor catedrático na Universidade dos Açores, atual secretário regional da Educação e Cultura, sobre o diálogo inter-religioso.
Ecologia ambiental (António Soares), arte e cultura (Leonor Sampaio), espiritualidade (Amélia Lopes) e desporto (Fernando Melo) são os temas e convidados que completam o programa deste segundo “ECOntro”, agendado para as 20h00, no Centro Pastoral Pio XII.
Na “Laudato si’, Francisco destaca a necessidade de se recorrer «às diversas riquezas culturais dos povos, à arte e à poesia, à vida interior e à espiritualidade», porque «nenhum ramo das ciências e nenhuma forma de sabedoria pode ser descurada, nem sequer a sabedoria religiosa com a sua linguagem própria».
«A maior parte dos habitantes do planeta declara-se crente, e isto deveria levar as religiões a estabelecerem diálogo entre si, visando o cuidado da natureza, a defesa dos pobres, a construção duma trama de respeito e de fraternidade», aponta o papa.
A ecologia é também o tema da próxima Jornada Nacional da Pastoral da Cultura, agendada para 6 de junho, em Fátima, na sequência da advertência de Francisco: «Hoje, não podemos deixar de reconhecer que uma verdadeira abordagem ecológica torna-se sempre uma abordagem social, que deve integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres».
Cartaz | D.R.