O reconhecimento das faltas cometidas é essencial para se pedir e acolher a misericórdia de Deus, sublinhou hoje o papa Francisco na missa a que presidiu, introduzida pelo pedido a Deus para que ajude as pessoas que estão amedrontadas e paralisadas por medo do coronavírus.
«Rezemos hoje por muita gente que não consegue reagir: permanece assustada por causa desta pandemia. O Senhor os ajude a erguer-se, a reagir para o bem de toda a sociedade, de toda a comunidade», afirmou.
Na homilia, Francisco comentou as leituras proclamadas nas missas desta segunda-feira (Daniel 13,1-9.15-17.19-30.33-62; João 8,1-11), sobre mulheres que alguns homens, corruptos e hipócritas, queriam condenar à morte - Susana e uma adúltera apanhada em flagrante -, mas que Deus liberta e perdoa.
«Cada um de nós tem a sua história. Cada um de nós tem os seus pecados. E não os recorda, pense um pouco: há de encontrá-los. Agradece a Deus se os encontras, porque se não os encontras, és um corrupto», apontou.
A corrupção elimina a capacidade que todas as pessoas têm de se «envergonharem, de pedirem perdão»; o corrupto não consegue, «destrói, explora as pessoas», colocando-se «no lugar de Deus».
O papa convidou a olhar para Deus «que faz justiça, mas que é muito misericordioso», e acrescentou: «Não nos envergonhemos de estar na Igreja; envergonhemo-nos de ser pecadores».
«Cada um de nós, vendo como Jesus age nestes casos, confie-se na misericórdia de Deus. E reza, com confiança na misericórdia de Deus, reze o perdão», disse Francisco, que ritmou a sua meditação com o refrão do salmo do “bom pastor”, proclamado hoje (23(22)):
«Porque Deus me guia pelo caminho justo por causa do seu nome. Ainda que vá por um vale escuro – (o vale do pecado) –, não temo nenhum mal porque Tu estás comigo. O teu cajado e a tua vara dão-me segurança».
Antes de concluir a celebração, o papa esteve alguns minutos em adoração ao Santíssimo Sacramento, a que se seguiu a bênção eucarística e o convite à comunhão espiritual.