Foi um dos pioneiros da Pastoral da Cultura em Portugal, ao participar, a partir de 2006, nos primeiros encontros nacionais de Referentes organizados pela então denominada Comissão Episcopal da Cultura, em representação da diocese da Guarda: o P. José Júlio Esteves Pinheiro faleceu esta sexta-feira, 10 de julho.
Nascido há 85 anos em Malhada Sorda, concelho de Almeida – onde na manhã de hoje, 11 de julho, se realizou o funeral –, foi ordenado padre a 20 de agosto de 1958, tendo completado 60 anos de sacerdócio em 2018.
Após a ordenação, foi coadjutor na Covilhã e, mais tarde, no Sabugal. Em 1985 foi destacado para o serviço dos emigrantes portugueses em França, país em que obteve o Diploma de Estudos Aprofundados e o exigente “Doctorat d’Etat”.
Concluiu licenciatura em Psicologia, no Instituto Superior de Psicologia Aplicada, e em Filologia Românica, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
De regresso à diocese da Guarda, foi professor do ensino superior, nomeadamente na Universidade Católica, ao mesmo tempo que colaborou com vários párocos e movimentos.
«A nível diocesano, muitas vezes tenho representado o nosso prelado em eventos culturais, sempre que, convidado, não pode estar presente. Com os vereadores responsáveis pela cultura nomeadamente das Câmaras da Guarda, Penamacor, Trancoso levámos a efeito conferências e colóquios que tiveram grande êxito», declarou ao jornal “A Guarda”, ao referir-se, em 2009, à sua atividade como Referente.
Pessoa muito afável e entusiasta, o P. José Júlio sublinhava, na entrevista, a disponibilidade do seu serviço: «Os párocos, as mordomias, as associações culturais podem contar sempre com os nossos serviços. A cultura é um bem de todos e para todos. Amar a cultura é subir e quem sobe converge, como dizia Santa Teresa».
«De resto todos sabemos que amar a cultura é prestar culto, pois a palavra cultura vem de culto, culto aos homens e a Deus. Por outro lado, todos sabemos que a Igreja só foi verdadeiramente escutada e aceite quando se voltou para a cultura», frisou.