Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura - Logótipo
secretariado nacional da
pastoral da cultura
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura - Logótipo
secretariado nacional da
pastoral da cultura

O vinho na Bíblia

A primeira personagem bíblica a produzir vinho é Noé. Após o Dilúvio, a sua primeira ação foi plantar uma vinha para produzir o vinho que haveria de beber. Infelizmente, ele inebria-se gravemente, o que conduz a toda uma história a ler em Génesis 9,18-27. Já as filhas de Lot vão embebedar o seu pai para dormir com ele (Génesis 19,30-38). O vinho é, pois, símbolo da perda de controlo de si.

Está também associado à sexualidade. O Cântico dos Cânticos serve-se da imagem do vinho para evocar o amor e o prazer (5,1). O Apocalipse fala do vinho para evocar a prostituição e a sedução da idolatria (14,8).

Não é surpreendente ver que o vinho é o sinal da alegria: «Vai, come o teu pão com alegria e bebe com prazer o teu vinho, porque a Deus agradam as tuas obras» (Qohélet 9,7).

Além disso, é símbolo da vida, que contribui para a plenitude da existência (Provérbios 31,6 e Ben Sirá 31,27: «O vinho é como a vida para os homens,se o beberes moderadamente. Que vida é a do homem a quem falta o vinho? Ele foi criado para alegria dos homens»). Ao contrário, a ausência de vinho evoca a morte, o luto ou a provação (Sofonias 1,13).

Os homens que querem consagrar-se completamente a Deus, denominados “nazireus”, privam-se de beber vinho: «O homem ou mulher, que cumprir um voto de nazirato para se consagrar ao Senhor, há de abster-se de vinho e de bebida inebriante» (Números 6,2-3).



Nesta palavra atribuída a Jesus encontra-se múltiplos símbolos associados ao vinho: a alegria, a provação, vida/morte, a aliança e o banquete com Deus



Ele é também o símbolo da bênção de Deus (Génesis 27,28) e é utilizado para simbolizar a aliança entre Deus e o seu povo. Oferece-se vinho a Deus sobre o altar aquando dos sacrifícios (Êxodo 29,40).

O vinho é igualmente importante para evocar o banquete com Deus no final dos tempos: «No monte Sião,o Senhor do universo prepara para todos os povos um banquete de carnes gordas, acompanhadas de vinhos velhos, carnes gordas e saborosas, vinhos velhos e bem tratados» (Isaías 25,6).

No Novo Testamento, o vinho é usado aquando das festas, como nas bodas de Caná (João 2). O vinho novo que é preciso colocar em odres novos é uma imagem do Evangelho, da Boa Nova a proclamar (Marcos 2,22).

Jesus e os seus discípulos são acusados de serem glutões e bebedores de vinho, enquanto que João Batista (um nazireu) não bebia (Mateus 11,19).

Por fim, na última refeição, ao lado do pão está a taça de vinho: «Depois, tomou o cálice, deu graças e entregou-lho. Todos beberam dele. E Ele disse-lhes: “Isto é o meu sangue da aliança, que vai ser derramado por todos. Em verdade vos digo: não voltarei a beber do fruto da videira até ao dia em que o beba, novo, no Reino de Deus”» (Marcos 14, 23-25). Nesta palavra atribuída a Jesus encontra-se múltiplos símbolos associados ao vinho: a alegria, a provação, vida/morte, a aliança e o banquete com Deus.

Da próxima vez que beber vinho, faça-o na alegria e na moderação. Depois, erga um copo pensando na aliança com Deus e no banquete que nos espera no Reino de Deus.


 

Sébastian Doane
In Interbible
Trad.: Rui Jorge Martins
Imagem: D.R.
Publicado em 18.01.2019 | Atualizado em 08.10.2023

 

 
Relacionados
Destaque
Pastoral da Cultura
Vemos, ouvimos e lemos
Perspetivas
Papa Francisco
Impressão digital
Paisagens
Prémio Árvore da Vida
Vídeos