O reitor da Universidade Católica Portuguesa elogiou a escolha do arquiteto Nuno Teotónio Pereira para o Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, atribuído anualmente pela Igreja Católica para distinguir a relação entre fé e cultura.
«Foi uma decisão muito feliz porque distinguiu uma figura notável da arquitetura portuguesa e que deu um contributo inestimável para a aproximação da fé e da arte», afirmou Manuel Braga da Cruz em declarações ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.
Nuno Teotónio Pereira recebeu esta quarta-feira o Prémio Árvore da Vida numa sessão realizada na sala de conferências da igreja do Sagrado Coração de Jesus (1970), em Lisboa, monumento nacional de que foi coautor.
O arquiteto de 90 anos «compreendeu particularmente bem, de forma inovadora, a necessidade de modernizar a arquitetura religiosa e teve um papel muito importante na sua abertura a novos horizontes», observou o reitor, que marcou presença na sessão.
«Teve uma enorme preocupação social e foi um arquiteto solidário», revelando «grande preocupação pelos outros» e sentido de partilha, ao mesmo tempo «que olhava para o próximo antes de olhar para si próprio», apontou.
«São atitudes invulgares, sobretudo nos tempos de hoje, e é particularmente importante chamar a atenção para a sua obra e para o jeito dele estar no mundo e na arquitetura», acrescentou.
Referindo-se à relação do catolicismo com o mundo das artes, Manuel Braga da Cruz referiu que «ao contrário do que por vezes se pensa, a cultura e a fé, a arte e a Igreja têm estado muito mais próxima uma da outra do que às vezes parece».
«A presença da fé na cultura e na arte é mais profunda e difusa do que à primeira vista podemos pensar. O que não quer dizer que esta relação não tenha de ser aprofundada e enriquecida», salientou.
Braga da Cruz realçou que «a fé pode dar importantes contributos ao desenvolvimento da arte e esta pode dar igualmente um contributo muito importante para a fé».
«É o que eu desejo para este Prémio, em boa hora instituído e em boa hora atribuído ao arquiteto Nuno Teotónio Pereira», concluiu.