O papa congratulou-se hoje por ser uma diocese católica a promover o encontro internacional “A ciência para a paz”, que decorre hoje e amanhã na cidade italiana de Taremo, através de uma mensagem na qual reiterou que «não pode nem deve haver oposição entre fé e ciência».
«Nunca como neste tempo se sente a necessidade de um relançamento da investigação científica para fazer frente aos desafios da sociedade contemporânea», aponta Francisco.
São inegáveis a importância e necessidade da investigação, mas deve ter-se sempre presente que «nenhum saber científico deve caminhar isolado e sentir-se autossuficiente».
Também neste sentido da recusa de guetos, «a investigação científica deve colocar ao serviço de todos os seus conhecimentos, buscando sempre novas formas de colaboração, de intercâmbio de resultados e de construção de redes».
«A realidade histórica é cada vez uma só, e há que a servir com a pluralidade dos saberes, que na sua especificidade contribuam para o crescimento de uma nova cultura capaz de construir a sociedade, promovendo a dignidade e o desenvolvimento de cada homem e de cada mulher», assinala.
Francisco insistiu numa das preocupações centrais da Igreja quanto à ciência – as suas consequências na imagem e conceção do ser humano, realçando que é preciso ter em conta «as repercussões antropológicas ligadas à convivência social e à qualidade das relações entre os membros da família e, sobretudo, entre as gerações».
Depois de pedir aos participantes para acompanhar a formação das novas gerações, «ensinando-as a não ter medo do esforço da investigação», o papa afirmou que Cristo «infunde em todos a certeza de quando se procura com honestidade, encontra-se a verdade».
«A mudança de época necessita de novos discípulos do conhecimento, e vós, queridos cientistas, sois os mestres de uma nova geração de construtores da paz», declarou Francisco, antes de concluir com uma certeza: «Asseguro-vos, estou próximo de vós, e toda a Igreja está próxima de vós, com a oração e o encorajamento».
A iniciativa, que começou esta manhã com as intervenções do bispo da diocese de Teramo-Atri e da ministra das Universidades e Investigação, termina com a celebração do “Jubileu dos Cientistas”.
Ondas gravitacionais, astronomia, matemática, caminhos para a sustentabilidade através da dieta alimentar, o impacto ecológico da obesidade, segurança alimentar, medicina regenerativa e vacinação são alguns dos temas do encontro.