«Servir com amor e ternura as pessoas que precisam de ajuda faz-nos crescer, a todos, em humanidade; e abre-nos a passagem para a vida eterna: quem cumpre obras de misericórdia não tem medo da morte», afirmou hoje o papa.
As palavras de Francisco foram proferidas durante a visita ao hospital pediátrico de Prokocim, em Cracóvia, no terceiro dia da viagem à Polónia, depois de esta manhã ter rezado nos antigos campos de concentração nazis de Auschwitz e Birkenau.
«A partir deste lugar, onde se vê o amor concreto, gostaria de dizer: multipliquemos as obras da cultura do acolhimento, obras animadas pelo amor cristão, amor a Jesus crucificado, à carne de Cristo», declarou o papa no hospital que anualmente trata 200 mil crianças.
Depois de recebido pela primeira-ministra polaca e cerca de 50 crianças doentes, com os pais, Francisco afirmou: «A minha vontade era poder demorar-me um pouco com cada criança doente, junto da sua cama, abraçar-vos uma a uma, ouvir nem que fosse só por um momento cada uma de vós e, juntos, guardar silêncio perante certas perguntas para as quais não há resposta imediata. E rezar».
«Como gostaria que nós, como cristãos, fôssemos capazes de permanecer ao lado dos doentes à maneira de Jesus, com o silêncio, com uma carícia, com a oração. Infelizmente a nossa sociedade encontra-se poluída com a cultura do «descarte», que é o contrário da cultura do acolhimento. E as vítimas da cultura do descarte são precisamente as pessoas mais fracas, mais frágeis; isto é uma crueldade», sublinhou Francisco.
A terminar, o papa recordou uma das obras da misericórdia: «Desejo encorajar a todos aqueles que fizeram, do convite evangélico a "visitar os doentes", uma opção pessoal de vida: médicos, enfermeiros, todos os profissionais de saúde, assim como os capelães e os voluntários. Que o Senhor vos ajude a bem realizar o vosso trabalho, tanto neste como em qualquer outro hospital do mundo. E que Ele vos recompense dando-vos a serenidade interior e um coração sempre capaz de ternura».
Após a visita, Francisco prepara-se para a via-sacra, em Cracóvia, com as centenas de milhares de participantes na 31.ª Jornada Mundial da Juventude, que começou na terça-feira e se prolonga até domingo.
Rui Jorge Martins