Às religiosas cistercienses da abadia La Joie Notre-Dame, em Hennebont, 500 km a oeste de Paris, não falta criatividade. Por ocasião do centésimo aniversário do seu convento, decidiram contar a sua história e a vida monástica com figuras Playmobil. Os pequenos brinquedos permitem uma apresentação, especialmente aos mais novos, simultaneamente lúdica e religiosa da vida religiosa.
As numerosas pequenas maquetes evocam momentos-chave de um dia cisterciense. Não são as imagens de religiosas da comunidade que estão retratadas, mas a vida monástica em geral. Na exposição comparecem cenas com a missa e a refeição, como seria de esperar, assim como outras que, para os desavisados, constituem uma surpresa: costura, agricultura e pastelaria são alguns dos exemplos. Seguramente que, entre a igreja e o trator, estas religiosas não passam dias ociosos.
Brigitte Le Roux | D.R.
O confinamento concedeu tempo extra à comunidade para colaborar na conceção e montagem o projeto, naturalmente sem modificar ou interromper a celebração da missa e dos sete ofícios litúrgicos, que se estendem das 4h30 da madrugada às 19h30. As maquetes, nas quais se veem, por exemplo, o jardim, as cozinhas, a lavandaria, os ateliês, estão trabalhadas de forma realista. E foram confecionados hábitos monásticos para todas as figuras.
«A ideia não foi a de refazer identicamente a decoração da abadia, mas mostrar às crianças o que é a vida cisterciense em geral», explicou Brigitte Le Roux, antiga professora que ofereceu os seus préstimos às religiosas para orientar o projeto.
Brigitte Le Roux | D.R.
A mostra é acompanhada por uma animação de 15 minutos, principalmente destinado às crianças, construído com mais de 4500 fotografias. O filme, com banda sonora executada pelo organista titular de uma catedral, foi também produzido por Le Roux, que, quando ensinava, adquiriu sólida experiência ao realizar animações sobre a vida de Jesus com a ajuda das figuras Playmobil, revestidas com tecidos comprados na Terra Santa.
A exposição não é a única maneira que as religiosas encontraram para mostrar e testemunhar a vida monástica. Até 15 de setembro abrem portas a mulheres entre os 18 e os 35 anos, inserindo-as no conceito “Wwoofing” (Willing Workes on Organic Farms), de origem inglesa e muito em voga, que permite aos participantes realizar tarefas em contexto de agricultura biológica, proporcionando, em contrapartida, alojamento e refeições.