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“Fontes de esperança”: Documentário narra histórias de mulheres muçulmanas e cristãs unidas contra o tráfico

Sol, deserto, pó, um taxista jordano curioso e uma realizadora de documentários. «Estou aqui para contar a história de mulheres árabes fortes, comprometidas num projeto contra o tráfico humano.» Começa assim o documentário “Wells of hope” (Fontes de esperança), da cineasta italiana Lia Giovanazzi Beltrami, apresentado esta quinta-feira no Vaticano.

O vídeo de 30 minutos narra a atividade da Talitha Kum, rede contra o tráfico humano promovida pela União Internacional das Superioras Gerais, na bacia do Mediterrâneo, onde o fenómeno está a crescer, e onde o projeto que dá nome ao filme visa intensificar os esforços para prevenir, proteger e prestar assistência às vítimas.

O subsecretário da Secção de Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, P. Fabio Baggio, acentuou que a Talitha Kum, que a 28 de fevereiro completa 10 anos, «é a expressão mais clara da Igreja católica nas fronteiras do tráfico».

O religioso scalabriniano frisa que a ignorância do fenómeno «só se vence com a apresentação do mesmo», como faz o documentário, através de vozes de quem sobreviveu e depois se colocou ao serviço das novas vítimas».

A coordenadora do projeto “Wells of hope”, Ir. Marie Claude Naddaf, define-o como «uma equipa de mulheres consagradas à humanidade, cristãs e muçulmanas juntas, que estendem a mão aos mais vulneráveis, para fazer ressurgir a vida que por vezes o sofrimento bloqueia».



Uma das particularidades do documentário é que «une mulheres de várias religiões: é o primeiro projeto que a Talitha Kum concretiza com mulheres cristãs, muçulmanas e drusas. Onde se procura usar as religiões para dividir, eis que as mulheres se unem para projetos muito concretos, poucas palavras, e o olhar voltado para o futuro»



Para a muçulmana Esra’a Ali Salameh Alsheyab, «a religião é uma porta de paz e de caridade», e acrescenta: «Através do trabalho da “Wells of hope” queremos falar de paz também no islão».

A Ir. Gabriella Bottani, coordenadora da rede Talitha Kum, considera que o documentário tem «uma força particular: a da narração das histórias», conduzindo o espetador «a entrar de maneira respeitosa numa cultura e dentro da dor do tráfico, sem ter de expor as protagonistas que sofreram na primeira pessoa», mas sem tirar «o impacto, inclusive emocional, que a dor de quem sofreu o tráfico pode implicar».

«A história verídica que é narrada no documentário tem como protagonista uma adolescente síria, Shaima, refugiada no Líbano. O trabalho que levamos por diante é o da sensibilização e da prevenção. Informar e criar dinâmicas de proteção, para as pessoas que vivem no interior dos lugares de vulnerabilidade, como os campos de refugiados ou as regiões rurais, onde as crianças ou as mulheres são recrutadas. Podem criar-se projetos e atividades que conduzam a uma maior proteção destas pessoas», assinala.

A realizadora está convicta de que um documentário «cria sempre consciência, dá coragem às pessoas» e «sensibiliza muitas pessoas que poderiam permanecer algo distanciadas», porque «conhecer e começar a colocar-se o problema é um ponto fundamental, e também inicia uma denúncia».

«Esperamos que depois muitos jornalistas possam percorrer os sulcos que traçámos, para aprofundar sobretudo o drama do tráfico», quer para órgãos humanos, quer para mulheres obrigadas à prostituição, bem como para as crianças, «vendidas para se tornarem ajudas domésticas», aponta.

Lia Beltrami destaca que uma das particularidades do seu trabalho é que «une mulheres de várias religiões: é o primeiro projeto que a Talitha Kum concretiza com mulheres cristãs, muçulmanas e drusas. Onde se procura usar as religiões para dividir, eis que as mulheres se unem para projetos muito concretos, poucas palavras, e o olhar voltado para o futuro».








 

Alessandro Di Bussolo
In Vatican News
Trad. / edição: Rui Jorge Martins
Imagem: D.R.
Publicado em 21.02.2020

 

 
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