O arcebispo D. José Tolentino Mendonça, que inicia este sábado, 1 de setembro, as funções de arquivista e bibliotecário da Santa Sé, vai ser distinguido no dia seguinte pelo jornal “Avvenire”, da Igreja católica em Itália.
O jornal, para o qual o prelado escreveu uma crónica diária nos primeiros três meses de 2017, “O pequeno caminho das grandes perguntas”, mais tarde publicadas em Portugal com o mesmo nome pela editora Quetzal, será agraciado com a terceira edição do galardão “Uma vida por… paixão!”.
A cerimónia decorrerá no palácio de Aumale, em Terrasini, próximo de Palermo, na ilha da Sicília, depois de um concerto do Coro Polifónico de Balzo, que começará pelas 21h00 locais.
D. Tolentino Mendonça é «uma das vozes mais autorizadas e conhecidas da cultura portuguesa, protagonista do debate cultural europeu, autor de poesia e ensaios que lhe valeram vários reconhecimentos e traduções em numerosas línguas», refere o programa.
Na sessão, na qual o arcebispo será entrevistado pelo jornalista Alessandro Zaccuri, do “Avvenire”, intervêm o presidente do município de Terrasini, o arcebispo de Monreale, D. Michele Pennisi, e o diretor do diário dos bispos transalpinos, que este ano assinala o 50.º aniversário, Marco Tarquinio, entre outras personalidades.
A entrega do prémio conclui os quatro dias da terceira edição da festa “‘Avvenire’… per passione!”, dedicada ao tema “Felizes vós!... Ou o ‘Discurso da Montanha’: a lógica que muda o coração”.
Antes da cerimónia, às 18h00 de domingo, D. José Tolentino Mendonça profere, na catedral de Terrasini, a lição “O ‘Discurso da Montanha’. Rostos e estilos de vida dos crentes”.
«As bem-aventuranças são a carta de identidade para quem quer ainda dizer-se cristão, ou são palavras que, apesar de terem o fascínio da beleza e o perfume da poesia, pertencem à grande utopia de Jesus Cristo que, infelizmente, não mudou o mundo? Podem elas ser colocadas em prática por alguns eleitos ou são património da humanidade, são válidas para a vida futura ou também para o presente?», questiona D. Michele Pennisi.
O arcebispo de Monreale vinca que, durante os quatro dias, os participantes, clérigos ou leigos, são chamados «a deixar ressoar» uma «pergunta nua»: «É possível viver as bem-aventuranças evangélicas aqui e agora, na nossa vida pessoal como na social?».
No sábado, após tomar posse dos cargos de arquivista e bibliotecário, D. José Tolentino Mendonça integra-se na festa do “Avvenire” ao presidir à missa na igreja Redemptoris Mater, em Cinisi.
Ao longo dos dias do encontro, que decorre em vários pontos da Sicília, envolvendo a arquidiocese de Monreale, com sede em Palermo, participam responsáveis de cargos cimeiros do Vaticano, como o cardeal Giuseppe Versaldi, prefeito da Congregação para a Educação Católica, e Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para as Comunicações Sociais.
As atividades agendadas incluem «encontros e intercâmbios de ideias, opiniões, experiências entre personalidades do mundo eclesial, personagens da política local e nacional, intelectuais, jornalistas, artistas e muitos cidadãos das regiões circundantes e das comunidades do território», refere a arquidiocese.