Como presidente da Pastoral da Cultura da Diocese de Setúbal, saúdo vivamente a investidura de D. Américo Aguiar - bispo eleito do bispado que se estende entre Tejo e Sado, tendo na Arrábida o seu cume físico e espiritual - como membro do Colégio Cardinalício.
É, sem dúvida, um sinal para a Igreja e para os homens e mulheres de boa vontade, independentemente das suas crenças ou descrenças, que o único cardeal português a ter funções ativas numa diocese lusa venha sentar-se, precisamente, na cátedra do seu conterrâneo D. Manuel Martins, cuja santidade prática poucos esquecem em Portugal.
Num território cujos problemas materiais, culturais, patrimoniais e espirituais, alguns bastante graves, bem precisam de um olhar clarividente, de uma voz profética e de uma mão ativa, é-nos oferecido um sinal de esperança. A periferia existencial e geográfica tornou-se, assim, um centro. E poderá transformar-se num eixo irradiante, se houver trabalho humilde e confiante nesse sentido. Assim Deus queira e os homens, com o seu livre arbítrio, tenham vontade de fazer e deixar concretizar. Ad maiorem Dei gloriam.