«O Davide era um rapaz corajoso, maravilhoso, uma pessoa humilde e gentil, de um estilo único. Uma pessoa rara, não apenas no mundo do futebol, mas nesta sociedade», afirmou o capelão da Fiorentina ao comentar a morte inesperada do capitão da equipa principal de futebol do clube italiano, ocorrida na cidade de Udine, de sábado para domingo.
O arcebispo da arquidiocese de Florença, cardeal Giuseppe Betori, também se associou à consternação que tem abrangido o universo futebolista em vários países do mundo, incluindo Portugal.
«Toda a Igreja florentina está próxima aos seus entes queridos e da sociedade através do capelão da equipa, P. Massimiliano Gabbricci. Há dois meses o cardeal Betori, acompanhado pelo P. Gabbricci, encontrou no centro desportivo da Fiorentina Astori com os outros jogadores, o treinador e alguns dirigentes», refere um comunicado da arquidiocese.
O capelão, igualmente responsável pelo acompanhamento espiritual dos jogadores da seleção nacional italiana de futebol, declarou: «A primeira coisa que quero dizer é dar um abraço a toda a família de Davide e a toda a família da Fiorentina. Quero exprimir a minha perturbação. Sou um padre mas antes de tudo sou um homem e fiquei perturbado».
«Soube da notícia pouco antes de entrar na igreja para celebrar a missa com a minha comunidade e custou-me chegar ao altar, digo-o sem vergonha. Foi uma notícia perturbadora, que me atingiu duramente», contou.
O sacerdote recordou a proximidade que tinha com o jogador de 31 anos: «Éramos amigos, entre nós havia uma relação maravilhosa, queríamo-nos bem, ouvíamo-nos muitas vezes. Há alguns meses veio com a sua companheira e a sua esplêndida menina à minha comunidade, encontrou-se com os jovens, esteve com eles. Jovens que jogam futebol, que aspiram a serem campeões um dia, como é normal que seja. Deixou com toda a simplicidade valores verdadeiros na maneira gentil que tinha».
«Far-nos-á verdadeiramente muita falta. Era uma pessoa autêntica, vivia o mundo do futebol como toda a sua vida, de modo verdadeiro, sincero», assinalou o capelão sobre o defesa central que cumprimentou o papa Francisco em agosto de 2013, aquando de uma audiência à seleção nacional.
Astori chegou à equipa de Florença em 2015, depois de ter crescido nos juvenis do Milão. Começou a jogar no principal escalão do futebol transalpino no Cagliari, jogou um ano na Roma e foi convocado 14 vezes para a seleção nacional. As suas qualidades de futebolista e humanas valeram-lhe a braçadeira de capitão no início desta época.
«A vida é o maior dom de Deus, devemos respeitá-la e vivê-la com alegria. Ele viveu-a com alegria, vai ficar-nos o seu sorriso. A estrela que se acendeu no céu não será esquecida. Adeus, capitão», concluiu o P. Massimiliano.