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Ensaio: Crise eclesial e abusos sexuais

Entre as muitas perguntas que o tema dos abusos sexuais sobre menores provoca, duas são particularmente urgentes. Como foi possível (como é possível) que os clérigos que deveriam ter dirigido para Deus os jovens a eles confiados «profanaram o rosto de Deus à imagem do qual fomos criados» (papa Francisco, 7.7.2014), cometendo violências sexuais? Como foi possível (como é possível) que da parte dos superiores tenha faltado uma resposta adequada?

As perguntas não esgotam o exame de consciência da Igreja. Com efeito, devemos também nós próprios colocar-nos em questão. Onde estávamos (onde estamos) quando as crianças foram feridas? Mas há uma pergunta ainda mais importante: em que estado estás, Igreja, se não reages, se ocultas ou diminuis o facto de as crianças a ti confiadas terem sido feridas por quem as devia proteger?

A crise nascida dos abusos sexuais não é um problema que diz respeito apenas aos padres. Se queremos trata-lo adequadamente, temos de adotar uma atitude holística, mais geral, já desejada há anos, a partir das primeiras análises do escândalo na Igreja nos EUA. Os pontífices intervieram várias vezes, de João Paulo II a Francisco, passando por Bento XVI. Como muitas outras tentativas de tratar a situação, levantam diferentes aspetos da crise e procuram enfrentar as causas na sua totalidade.

 

A posição de Bento XVI

Uma das intervenções mais importantes que tentam uma resposta à pergunta central que formulámos é, a meu ver, o ensaio do papa emérito, aliás muito criticado, intitulado “A Igreja e o escândalo dos abusos sexuais”, publicado em abril de 2019 pela revista alemã “Klerusblatt”.

O papa emérito, respondendo à pergunta sobre «como pôde a pedofilia atingir uma tal dimensão» na sociedade, responde sinteticamente: «Em última análise, o motivo está na ausência de Deus». Eis como argumenta: «Uma sociedade na qual Deus está ausente – uma sociedade que já não o conhece e o trata como se não existisse – é uma sociedade que perde o seu critério. (…) Quando numa sociedade Deus morre, ela torna-se livre, é-nos assegurado. Na verdade, a morte de Deus numa sociedade significa também o fim da sua liberdade, porque morre o sentido que oferece orientação. E porque se desvanece o critério que nos indica a direção ensinando-nos a distinguir o bem do mal. (…)

E por isso, é uma sociedade na qual se perde cada vez mais o critério e a medida do humano. Em alguns pontos, então, por vezes torna-se inesperadamente percetível que se tornou óbvio aquilo que e mal e que destrói o ser humano. É o caso da pedofilia. Teorizada ainda não há muito tempo como totalmente justa, difundiu-se cada vez mais. E agora, sacudidos e escandalizados, reconhecemos que sobre as nossas crianças e jovens se cometeram coisas que se arriscam a destrui-las. Que isto pudesse espalhar-se também na Igreja e entre os sacerdotes deve sacudir-nos e escandalizar-nos particularmente».

Também a Igreja perde o seu critério de referência, e é comummente percecionada, segundo o papa emérito, como «aparelho político». E isto «vale até para bispos que formulam a sua identidade sobre a Igreja de amanhã em larga medida quase exclusivamente em termos políticos». A crise provocada pelos abusos faz com que a Igreja seja vista como algo não a renovar, mas a refundar. «Mas – conclui Bento XVI – uma Igreja feita por nós não pode representar qualquer esperança». Que coisa quer dizer mais em profundidade o papa emérito ao denunciar a causa principal dos abusos na Igreja que «perdeu o seu critério e se tornou um aparelho político»?

 

Aparelho político ou comunidade de fé

No seu ensaio, Bento XVI define a fé como «bem precioso» de que devemos cuidar. Paradoxalmente pode dizer-se que o zelo pela fé não foi ainda percebido como a tarefa fundamental para responder ao problema dos abusos. E isto vale para todas as regiões do mundo, independentemente da fase de gestão da crise em determinado país.

O cuidado pela fé enquanto «bem precioso» não é percecionado como tarefa prioritária nem da parte dos responsáveis eclesiais, nem de quem apoia as vítimas. Definitivamente, não é percecionada como tal por ninguém. E isto, na minha opinião, deve-se à dinâmica dos processos de compreensão e de confronto com o tema dos abusos sexuais, quer na sociedade quer na Igreja.

Na primeira fase de confronto com o problema, quando as coisas começam a vir à luz, tanto para nós como para os superiores na Igreja, o objetivo primário é manter o “statu quo”. Uma fase em que não se regista o cuidado pela pessoa como tal: pela vítima, pelos seus familiares, pela comunidade eclesial incapaz de gerir o que está a acontecer. Igualmente ausente está a atenção pelo ator do abuso, pelo agressor. E, mais radicalmente, é ignorado o cuidado pela fé como «bem precioso».

Quando o abuso é cometido em família, tende-se a manter a estabilidade da mesma. Não se pensa no bem da criança ferida. Faz-se de tudo para que ninguém venha a saber, para não arruinar o microssistema familiar. Isto sucede porque o ator do crime realiza, muitas vezes, uma função importante. Um recontro aberto torna-se difícil para todos os membros.

Analogamente sucede quando os familiares de uma criança vêm a saber de um abuso cometido por alguém considerado como autoridade, como, por exemplo, um sacerdote. Pondo de parte se o crime é recente ou foi cometido num passado longínquo. O objetivo continua a ser do de manter estável a família. Denunciar o ato sacudiria o microssistema. Os vizinhos, por exemplo, viriam a saber que na nossa família aconteceu algo de grave.

Ou, então, teme-se ferir o agressor, que foi sempre considerado uma boa pessoa. Sucede assim que o predador, ao seduzir a criança, condiciona toda a família, tendo entrado em intimidade com ela, tornando-se um amigo de casa, um benfeitor. Torna-se mais fácil acreditar nele que no próprio filho. E também todo o processo de sedução com o qual prepara a vítima torna-se difícil de percecionar.

 

Em família e na comunidade

Quando o abusador é um sacerdote, os outros padres são propensos a defendê-lo. Sabem que também eles têm pecados e culpas que preferem manter ocultas. Instintivamente optam por calar aquilo que sabem do seu colega. E justificam-se argumentando que não querem fazer-lhe mal. Não reagem a comportamentos incorretos. Em vez de colherem o sinal de perigo de alguns comportamentos ambíguos, limitam-se a concluir que aquele confrade «simplesmente fez assim»: inofensivo, espontâneo, extrovertido, original. Por vezes excede-se.

Os superiores eclesiásticos protegeram (e protegem) antes de tudo o bom nome da instituição, da diocese ou da ordem religiosa. Não querem esconder o mal, «protegem só o sacerdócio». Assim, não são as violências que são um escândalo, mas o facto de as tornar conhecidas, porque dessa maneira lesa-se a imagem da instituição e do clero. Diminui a centralidade da pessoa e da sua dignidade, seja ela vítima, familiar, comunidade ou o próprio agressor. O que conta é a instituição, esse «aparelho político» que não pode perder a sua influência nem a sua respeitabilidade.

Assim a Igreja já não representa uma comunidade de pecadores redimidos com o sangue do Cordeiro, mas uma instituição que procura a todo o custo manter uma imagem positiva. Nesta primeira fase, todos tendemos a diminuir o problema, e há espalha-se a convicção de que “ficamos todos a perder” se confessarmos que falhámos ou não reagimos. Não agimos segundo a escala dos valores evangélicos, mas do ponto de vista da sobrevivência no mundo das instituições que contam.

Uma segunda fase de confronto com o problema dos abusos desencadeia-se após o reconhecimento, da nossa parte e dos responsáveis eclesiásticos, que o problema existe. Mas esperamos que sejam os outros a resolvê-lo. Assim os fiéis esperam que os superiores façam alguma coisa. Protestam, enviam cartas, difundem notícias procurando explicações em causas externas. Torna-se cada vez mais espalhada a imagem negativa do padre, enquanto os superiores são apontados como irresponsáveis.

Os meios de comunicação alimentam no “mainstream” numerosos artigos dedicados ao tema. Denunciam, de maneira mais ou menos fidedigna, novos casos, ocultando, sob uma boa dose de moralismo, a sua impotência e ignorância ao enfrentar o fenómeno em toda a sua vastidão social. Não surpreende que nessa situação o apelo mais fácil seja a invocação a abolir o celibato sacerdotal como remédio credível para a prevenção. Os meios de comunicação católicos tratam cada vez mais frequentemente o tema. Como linha de princípio não denunciam casos específicos de abuso, limitando-se a fazer referência às intervenções do papa ou descrevendo os problemas das Igrejas locais de outros países. Preferem sublinham os factos que demonstram a atividade positiva da Igreja para salvaguardar as crianças e os jovens.

Os sacerdotes sentem-se injustamente agredidos. Não compreendem por que é que se suspeita deles. Argumentam, não sem alguma razão, que noutros ambientes há casos muito mais numerosos de abuso sexual para com crianças e jovens. Alguns alimentam as suspeitas para os homossexuais. Enclausuram-se no seu mundo, restringindo o trabalho pastoral com as crianças por medo de serem julgados. Os superiores eclesiásticos desencadeiam medidas de censura-contenção, prevalentemente de natureza jurídica. Programam ajudas e assistência às vítimas. Os abusadores são expulsos do estado clerical ou, seja como for, punidos.

 

Tornar próprio o problema

São poucos os que “fazem próprio” o problema. Como leigos, padres e superiores enfrentamos o drama apontando os outros como responsáveis de procurar uma solução, de fazer alguma coisa. E contentamo-nos por aquilo que os vários grupos empreendem como resposta exaustiva daquilo que se pode e deve fazer. Se o sistema não funciona, é culpa e responsabilidade dos outros. Fiéis, padres e bispos aplicam instrumentos para uma solução humana, sociológica. São, certamente, bons e úteis.

Mas emerge a pergunta se estão à altura do cuidado da fé como «bem precioso», se realmente são soluções capazes de «criar espaços de vida para a fé». A crise mundial dos abusos na Igreja desmente-o. Em 2019, nos EUA a Igreja passou por outra fase aguda de crise após o relatório do Supremo Tribunal da Pensilvânia e das denúncias relativas aos crimes do cardeal McCarrick, que tinha sido o rosto e o garante da mudança em 2002. Sob a pressão das revelações, a Igreja tinha então desencadeado procedimentos modelares. Foram previstas ajudas para as vítimas, um sistema de controlo dos agressores, foram introduzidos mecanismos para a transparência e a prevenção.

Os peritos confirmaram que, graças às medidas adotadas, a Igreja católica se tinha tornado uma das instituições mais seguras para as crianças e os jovens dos EUA. O relatório do Supremo Tribunal da Pensilvânia e o caso McCarrick mostraram a insuficiência dos esforços realizados. Percebeu-se que não tinha sido adequadamente enfrentado um fator que João Paulo II assinalava em abril de 2002 como elemento relevante da crise, ou seja, o facto de que nas comunidades eclesiais muitas pessoas sentiam-se feridas pela maneira como os bispos e os superiores tinham reagido aos abusos.

Construir sistemas eficazes de assistência e de prevenção é indispensável, mas é só um lado da moeda. Talvez suficiente para uma Igreja como «aparelho político», mas largamente inadequados para uma Igreja vivida como «comunidade vivente da fé». A Igreja entendida e vivida como instituição, e não como uma comunidade viva da fé, está na origem de outros problemas.

 

Conseguir-se-á deter a erosão do mundo cristão?

O papa Francisco, no discurso à cúria romana de 21 de dezembro de 2019, recordou que «a história do povo de Deus (…) está marcada sempre por partidas, deslocações, mudanças». Isto tem importantes implicações para a compreensão do nosso ser e agir no mundo por via da fé em Deus que se revela no tempo e entra na história com a incarnação. O papa não pede mudanças pelo gosto de mudar. Está consciente dos riscos de seguir as modas e o espírito do tempo.

Para ele, o que conta é a perspetiva da fé cujo núcleo, decisivo também para as mudanças a empreender, é a fidelidade de Deus, a constância do seu amor. Como crentes medimo-nos com o facto de já não estarmos «na cristandade! Hoje, já não somos os únicos que produzem cultura, nem os primeiros nem os mais ouvidos. Por isso precisamos duma mudança de mentalidade pastoral, o que não significa passar para uma pastoral relativista. Já não estamos num regime de cristandade, porque a fé – especialmente na Europa, mas também em grande parte do Ocidente – já não constitui um pressuposto óbvio da vida habitual; na verdade, muitas vezes é negada, depreciada, marginalizada e ridicularizada». (…)

Empenhamos cada vez maiores energias para influir sobre políticos e sobre a opinião pública, para garantir uma tutela jurídica dos valores cristãos, incluídos os direitos e privilégios particulares de diferentes instituições eclesiásticas. Esta maneira de “investir” na Igreja tem consequências no conjunto da sua vida sob o supremo interesse da instituição.

É fácil que a vida pessoal segundo a medida evangélica passe para segundo plano, de modo a não comprometer a imagem pública. A história das crises ensina que a Igreja, quando age segundo «aparelho político», como foi exprimido pelo papa emérito, quando se limita a aplicar meios e regras de natureza técnica necessários para criar ambientes seguros, não poderá reaver a credibilidade. Só se se converter e submeter ao poder do Evangelho as pessoas poderão ser atraídas pelo esplendor da sua beleza e verdade, e não graças a sucessivas comparações com as de outras instituições.

 

Ignorar

O conhecimento que temos dos abusos sexuais sobre menores remonta a um passado relativamente recente. Até hoje em muitas populações da Europa (…) não se desencadeou ainda um processo de consciência generalizada do problema dos abusos. Para avaliar aquilo que a Igreja empreende para tutelar as crianças e os jovens deveríamos referir-nos à consciência social e institucional do continente.

Todavia, ainda que o tema dos abusos tenha começado a ser tratado mais amplamente só a partir deste século, em 2020 seria legítimo esperar ver uma sensibilidade social mais amadurecida, inclusive dentro da Igreja. Ao contrário, está ainda bem espalhada a convicção de que já se falou e escreveu em demasia, ampliando a impressão do problema. A não consciência faz com que se coloque em dúvida a veracidade das pessoas que denunciam o abuso sexual após muitos anos.

A sua credibilidade é contestada por via das emoções ou de algumas incoerências que se possam detetar nos seus testemunhos. As consequências são subestimadas ou consideradas como exageros. Também no confronto com os abusadores espoleta-se a manipulação e concede-se crédito à sua estratégia de procurar a responsabilidade nas vítimas. Uma ignorância que diminui os efeitos das feridas infligidas às crianças e aos jovens diz respeito a todos: políticos, responsáveis eclesiásticos e todos nós.

 

Pânico moral

O confronto com a crise dos abusos sexuais na Igreja favorece decisões que nascem de um mecanismo chamado “pânico moral”, do sociólogo italiano Massimo Introvigne. Os meios de comunicação concentram-se no tema dos abusos sexuais na Igreja, enquanto os bispos omitem a demonstração de uma preocupação suficiente sobre a matéria. Tudo isto conduz, por um lado, a procurar a responsabilidade noutros ambientes, e, por outro, a tentar velozes soluções simplistas típicas dos especialistas em relações públicas. É preferido um “efeito placebo” a curto prazo, nocivo para as vítimas e esquecido da necessidade de tratamento dos abusadores.

Não se examina o fenómeno com uma análise baseada em investigações que tenham em conta fatores estruturais que favorecem aquele género de delitos e que estão presentes no interior da instituição na maneira de gerir, motivar e promover o pessoal, reagindo às irregularidades verificadas. Como consequência, são empreendidas medidas sugeridas por peritos em relações públicas, cujo objetivo principal é o de dar satisfação à opinião pública. É fácil compreender que, desta maneira, não só a verdadeira solução dos problemas é protelada, como também se dá prova que a Igreja age efetivamente como «aparelho político», e não como uma comunidade viva de fé.

O “pânico moral” motiva também a ausência de um trabalho com os autores dos abusos. Temos medo de trabalhar com eles para evitar sermos suspeitos de os querer justificar. Enfatizamos a importância da Expulsão do estado clerical e a redução ao laical como se este fosse, de alguma maneira, “pior”. Esquecemos que também eles estão na Igreja e também para a sua salvação Cristo morreu na cruz. Temendo a acusação de cumplicidade, esquecemo-nos que a prevenção está também na reabilitação social, que requer um trabalho com o abusador para que nunca mais faça mal a ninguém.

É necessário, antes de tudo, um discernimento comum para colher as mudanças indispensáveis do ponto de vista da fé. Um discernimento que permita também a utilização dos conhecimentos psicológicos e sociológicos para obter resultados que tenham um carácter evangélico.

 

O medo dos ressarcimentos

O tema dos ressarcimentos mobiliza quer quem recorre ao tribunal como acusador, quer quem o faz como defesa. Uns e outros esquecem que as pessoas feridas precisam de uma ajuda real. O medo dos altos ressarcimentos a pagar faz como que se olhem as vítimas como clientes incómodos a ajustar juridicamente para que não tornem a pedir mais. Em vez de representar para eles a Igreja-mãe que se preocupa por cada filho, os superiores e quem os representa revelam-se funcionários da instituição eclesiástica que se contentam em executar de maneira correta e em linha com as normativas os seus deveres.

Assim trata os clientes incómodos o «aparelho político», a Igreja-instituição, não a Igreja-mãe. A ignorância, o “pânico moral” e o medo dos ressarcimentos fazem-nos esquecer que Deus cuida sempre dos seus filhos e filhas feridos. Deus chama também os autores dos abusos para que possam ser ajudados a converter-se. Ele reivindica o seu lugar na sua Igreja.

Daqui surge a pergunta dramática: Senhor Deus, ainda há lugar para ti na tua Igreja? Estou convicta de que a Igreja entendida como “instituição política” que tem os seus privilégios, o património, um aparelho de funcionários não conseguirá superar a crise que nasceu dos atos cometidos por clérigos abusadores. É percetível pelo facto de que tal Igreja é cada vez menos capaz de servir o mundo nas várias crises que o atravessam. A causa dessa incapacidade está no ofuscamento da luz do Evangelho, porque o «mal penetrou o mundo interior da fé» (Bento XVI, 24.8.2013).

A dinâmica da crise que dura há décadas é uma demonstração da impotência do sistema. Intuo que seja o próprio Senhor a reivindicar hoje o seu lugar na Igreja, permitindo que experimente a dor de uma crise purificadora. Deus defende «os mais pequeninos»: as crianças, os jovens, os vulneráveis, sem tomar em consideração onde e por quem foram feridos. Por isso purifica a sua Igreja, a sua Esposa, para que possa ser instrumento do seu amor extremoso. Sem uma mudança interior de todos nós, sem uma conversão, seremos como o sal insípido que já não servirá para ninguém. Na realidade, a crise, entendida e acolhida como graça de purificação, é a prova de que o Senhor cuida da sua Esposa apanhada em falta, e dela deseja ser Senhor e Deus.


 

Ewa Kusz
Vice-presidente do Centro para a Proteção de Menores da Academia Inaciana de Cracóvia (Polónia)
In Settimana News
Trad.: Rui Jorge Martins
Publicado em 29.07.2020 | Atualizado em 26.04.2023

 

 

 
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