“Coco”
Vencedor de dois Óscares em 2018, o filme da Disney realizado por Lee Unkrich e Adiran Molina passou pelas salas de cinema no Natal. É uma história musical com cenário no México que tem como protagonista o pequeno Miguel, que sonha tornar-se músico. Ao longo do seu caminho, o menino entra em contacto com os seus passados através da terra do além.
Ainda que toque temas difíceis, como a morte e a recordação das pessoas queridas, o filme está repleto de cor e atmosferas positivas. Uma contínua girândola de acontecimentos com um final suave e idílico, sinal da vitória da vida e do bem sobre o mal. A banda sonora é um robusto apoio à narração. Do ponto de vista pastoral, o filme é aconselhável e, no seu conjunto, é poético.
"Gru – O maldisposto 3"
Estreado no início da temporada de filmes " Gru – O maldisposto 3", de Pierre Coffin, Kyle Balda e Eric Guillon, prossegue a saga com o perverso Gru e o exército de Minions. Uma das novidades é a relação conflituosa entre Gru e o seu gémeo Dru.
O filme tem um enredo narrativo de grande vivacidade e ação. A história apresenta-se desenfreada, divertida e, em vários momentos, irresistível. Mesmo que aqui e ali se registe um pouco de confusão, cada passagem é justificada e certa. O contraste entre bons e maus vai na direção de um diálogo positivo e profícuo. O filme é avaliado como aconselhável e brilhante.
“Wonder – Encantador”
Nascido de um fenómeno editorial assinado pela escritora R.J. Palacio, "Wonder", de Stephen Chbosky chegou aos cinemas em Portugal para o tempo de Natal, interpretado por Julia Roberts, Owen Wilson e o pequeno Jacob Tremblay. Trata-se de uma obra para pré-adolescentes e famílias, que salienta a corajosa aventura de Auggie, uma criança desfigurada à procura de amizade e inclusão. O pequeno Auggie é o emblema do diferente, do "outro" a acolher sem preconceito.
A história adquire espírito de união graças a um jogo narrativo que entrelaça os acontecimentos da criança com os dos seus companheiros e do mundo adulto, a começar pelos pais. Há, portanto, alegria no filme, e o público responde aderindo com participação e emoção. A matriz educacional é forte e convincente para um filme avaliado como aconselhável, problemático e propício a debates.
“Peter Rabbit”
Lançada na última na primavera, "Peter Rabbit", de Will Gluck, é uma obra “live-action” inspirada nos contos de fadas ilustrados de Beatrix Potter, com a presença de atores de primeiro plano, Domhnall Gleeson e Rose Byrne. Uma comédia para crianças com travo pungente, jogada na rivalidade e equívocos entre o jovem Thomas e a bela Bea, mas também com o mundo dos animais animados liderados pelo coelho Peter.
Os diálogos e a dinâmica dos movimentos são vivazes e sempre simpáticos. A presença dos animais desempenha um papel central, apresentados de maneira espontânea e com forte originalidade. O encontro entre atores de carne e osso e figuras animadas atinge momentos exemplares e fascinantes. Do ponto de vista pastoral, o filme é aconselhável e brilhante.
“Os meninos que enganavam os nazis”
Proposto para o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto de 2018, “Os meninos que enganavam os nazis”, de Christian Duguay, lançado em Portugal no final de 2017, baseia-se no romance de Joseph Joffo. É um filme de forte carácter educacional para pré-adolescentes e famílias.
Com a invasão nazista, dois irmãos, Maurice e Joseph, são impelidos pelos pais para deixarem Paris, por serem judeus, encontrando refúgio junto de alguns parentes, em Nice. Uma viagem densa de armadilhas e tensões, mas também de esperança, contada com uma narrativa à medida de criança. E é precisamente o trabalho sobre as crianças que constitui o elemento precioso do filme, que procura tornar um tema difícil e doloroso ao alcance dos mais pequenos, informando-os sem trauma. Filme avaliado como aconselhável e problemático.