A equipa do Atlético de Madrid ofereceu sexta-feira à padroeira da capital espanhola, a Virgem de Almudena, os títulos conquistados esta época no futebol, nomeadamente a Liga Europa, conquistada na quarta-feira frente ao Marselha.
Antes de rumar à fonte de Neptuno, local tradicional de celebração dos "colchoneros", para festejar com os adeptos a taça europeia, a Liga Feminina espanhola e as vitórias da academia, os diretores, corpo técnico e jogadores detiveram-se na catedral madrilena, onde foram recebidos pelo arcebispo.
O cardeal Carlos Osoro, diante da imagem da Mãe de Jesus, o «ser humano mais excecional», felicitou o clube e agradeceu o testemunho dado pelos jogadores à sociedade ao trabalhar em equipa e colocar os seus talentos ao serviço do bem comum: «Nestes momentos da nossa história, é muito importante».
Após as petições lidas pelo centrocampista Jorge Ressurrección "Koke", em nome dos companheiros, o avançado Fernando Torres subiu ao altar da Virgem para oferecer a taça da Liga Europa obtida em Lyon.
O arcebispo referiu-se ao grande número de famílias que saíram às ruas para celebrar os títulos e sublinhou que as jogadoras e jogadores do Atlético são «um exemplo» para crianças e jovens: «Não imaginais a importância que tendes como referentes para eles», afirmou.
Em ambiente distendido, Carlos Osoro lamentou que a receção ao clube não tivesse sido feita pelo papa Francisco, «grande aficionado de futebol», que diria «coisas mais bonitas».
No encontro estiveram presentes sacerdotes e religiosas dos "colchoneros" - apelido originário dos tecidos listados a vermelho e branco, cores do equipamento do Atlético de Madrid, que após a guerra civil espanhola cobriam colchões -, que pediram autógrafos aos jogadores.
A ligação do clube à Igreja católica assume também o âmbito social: a receita do último jogo de futebol no antigo estádio Vicente Calderón, anterior casa do Atlético de Madrid, ocorrida em abril de 2017, foi entregue à fundação Scholas Occurrentes, impulsionada pelo papa.