Percursos comentados numa das principais igrejas da cidade, uma exposição intitulada "Cântico dos Cânticos gravado na madeira", uma visita ao museu de arte e história do judaísmo, uma declamação do Evangelho segundo S. João, mesas redondas e concertos.
Arte, arquitetura, música, canto, teatro, literatura e teologia: estes são alguns dos eventos programados para a segunda edição da iniciativa "A Bíblia na cidade", que decorre entre esta terça e quinta-feira em igrejas e espaços católicos emblemáticos de Paris.
Os organizadores estão convencidos de que a diversidade de propostas e a participação de cerca de 50 personalidades, como artistas, intelectuais e teólogos, deverá satisfazer a curiosidade das pessoas que se interessam pelas ligações entre Bíblia e cultura, entre arte e fé.
«O nosso objetivo é duplo: Sensibilizar os cristãos para a arte como meio de expressão e transmissão da fé, mas também aproximar-nos de um público não cristão, que não entra espontaneamente numa igreja para a missa», explicou o P. Jean-Baptiste Arnaud, responsável pela organização do festival.
A preocupação em abrir o evento a públicos afastados da Igreja levou a incluir no programa outros locais para a projeção de filmes e realização de debates, como o museu nacional Eugène Delacroix e o cinema Studio Galande.
Convicto de que «Deus fala através da arte», o sacerdote parisiense trabalha há um ano com uma vintena de estudantes e jovens profissionais ligados a uma paróquia da capital francesa na organização da iniciativa.
As conferências "Paul Claudel e a Sagrada Escritura", "A arte de hoje poderá interessar os cristãos... e os outros?" e "Bíblia e poesia contemporânea: quando a Escritura ilumina o quotidiano", as exposições "Textos profanos, presenças bíblicas" e "A Bíblia em imagens, da criação do mundo à torre de Babel" são algumas das iniciativas em agenda.
O programa inclui o ateliê "Apropriar-se do texto dos Salmos", o pequeno-almoço "Percursos gustativos em torno da Bíblia", a "master-class" "Como filmar a ressurreição?", a mesa redonda "Abrir o Livro, entre cultura e fé", o encontro "Pode provar-se a existência de Deus?" para crianças dos 8 aos 12 anos.
«Abrir o livros das Sagradas Escrituras para nele descobrir o sentido profundo da existência humana, do mistério do mundo, da sua memória e do seu porvir inscritos no presente, gravados no coração do ser humano, para nele contemplar o rosto belo de Deus, para o deixar, a Ele, Deus, olhar-nos», lê-se na apresentação.
Escreve, ainda, o P. Arnaud: «Abrir o livro, escutar a Palavra, as suas melodias e ressonâncias, contemplar os desenhos, os ícones e as imagens, refletir nesta aliança inusitada para nela recolher o eco da Palavra bíblica no coração da cidade, cidade dos homens e cidade de Deus».