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Visita do Papa

Portugal à espera de Bento XVI

No encontro histórico que Bento XVI tem marcado para o Centro Cultural de Belém, o Papa falará aos representantes dessa realidade coral que é sempre uma Cultura. Dirigir-se-á às mulheres e homens empenhados na pesquisa e construção dos vários saberes: das ciências humanas às especialidades exactas, das academias às artes, dos meios de comunicação às multíplices expressões do pensamento.  

Estes tempos de incerteza que vivemos constituem também uma espécie de grande laboratório de oportunidades para recomeçar, ensaiar visões novas e mais justas, provar a criatividade. A Cultura tem a responsabilidade da escrita de um Futuro que corresponda à grande sede de Bem, de Verdade e de Beleza que o homem incansavelmente transporta no seu coração.

Como escrevia Bento XVI na sua Encíclica Spe Salvi: «Torna-se evidente que o homem necessita de uma esperança que vá mais além. Vê-se que só algo de infinito lhe pode bastar». De facto, não precisamos apenas de um olhar que nos devolva as proporções exactas do real, na sua configuração hodierna. O presente é sempre parcial ou espectral, para citar o Apóstolo Paulo que nos recorda: «agora vemos como num espelho, de maneira confusa» (1 Cor 13,12). O fragmento quando separado do todo rapidamente se torna ilegível. Não podemos dispensar-nos da tarefa que é colocar diante de nós a narrativa do Futuro. Nenhum desânimo, nenhum descrédito, justificado ou não, em relação ao presente, sobretudo nenhum dos niilismos hoje tão em voga, nos isentam de perscrutar empenhada e responsavelmente o Futuro. Como explicava Fernando Pessoa: «eu sou do tamanho do que vejo./E não do tamanho da minha altura». Nós somos do tamanho do que vemos, do que podemos ver, quando não nos deixamos reféns dos sucessos ou dos constrangimentos, mas alargamos o nosso coração a fronteiras mais amplas.

Às assembleias de cineastas, artistas plásticos, escritores, cientistas, poetas,  fazedores do pensamento e da opinião, obreiros da beleza em todas as suas formas, o Papa tem dito incansavelmente : tenham a coragem de não amputar a esperança.

 

José Tolentino Mendonça
© SNPC | 22.04.10

Bento 16
Reuters

 

 

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