Exposição
A perspetiva das coisas. A natureza-morta na Europa
A Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, apresenta até 8 de janeiro a exposição “A Perspetiva das Coisas. A Natureza-morta na Europa”, no seguimento da mostra sobre o mesmo apresentada em 2010.
Esta segunda parte é dedicada à modernidade do século XIX e às alterações fundamentais ocorridas na primeira metade do século XX.
Neil Cox, comissário da exposição:
«A renovação do interesse pela natureza-morta por parte dos artistas da vanguarda francesa será documentada através das obras dos Realistas e também da nova linguagem do Impressionismo. Em exposição estará uma peça-chave deste contexto, a Natureza-Morta de Claude Monet, que faz parte das coleções do Museu Calouste Gulbenkian. A natureza-morta foi, no final do século XIX, tema que interessou de sobremaneira os pintores Pós-Impressionistas como Cézanne, Van Gogh e Gauguin, que estarão representados através de obras de referência.
Claude Monet, Ramo de girassóis, 1881
A exposição demonstrará como a natureza-morta, enquanto género pictórico, se transformou em veículo de uma experimentação ainda mais radical com Picasso, Braque e Matisse. Poder-se-á entender como permitiu a alguns artistas um olhar reflexivo sobre a sociedade contemporânea, enquanto outros se envolveram nas novas realidades da experiência subjetiva, como é o caso de Magritte e Dalí. A fragmentação e reinvenção da própria categoria de natureza-morta serão exploradas através da amostragem de peças escultóricas ou de objetos de uso corrente transformados em obras de arte.
Paul Cézanne, Natureza-morta com pote de gengibre e beringelas (1890-1894)
Eis a viagem que é proposta através dos vários tempos e geografias da natureza-morta na pintura ocidental, ilustrada com obras maiores dos autores que mais refletiram sobre este género.»
O vídeo publicado no fim desta página é um documentário produzido pela Gulbenkian sobre a exposição, onde Neil Cox, acompanhado por imagens, fala sobre o relevo da natureza-morta.
Édouard Manet, Flores numa jarra de cristal (c. 1882)
Salvador Dalí, A sensação de velocidade (1931)
Paul Gauguin, Natureza-morte com leque (1889)
René Magritte, O retrato (1935)
Vincent Van Gogh, Natureza-morta com prato de cebolas (1889)
Entre as exposições em curso na Gulbenkian inclui-se "Paisagem na coleção do CAM", até 22 de janeiro, com obras de Gabriela Albergaria, António Carneiro, M. C. Escher, João Hogan, João Queiroz, Francis Smith, Ângelo de Sousa, Amadeo de Souza-Cardoso, entre outros.
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26.11.11
Pablo Picasso
Jarra, taça e limão (1907)