Aristóteles
Uma existência deste género [felicidade humana no seu grau de completude] está acima das possibilidades humanas, porque não poderá ser vivida pelo Humano enquanto Humano, mas somente pelo Humano enquanto nele existe algo de divino. E tanto quanto este elemento [de divino] constitui diferença relativamente à natureza composta do Humano, na mesma proporção é diferente a sua actividade relativamente às que são accionadas por qualquer outra das excelências humanas. Se, então, o poder de compreender é divino no âmbito do horizonte Humano, também a existência vivida segundo o poder de compreensão é divina no âmbito da existência humana. E não devemos seguir as exortações segundo as quais devemos enquanto Humanos ter pensamentos Humanos, e enquanto mortais ter pensamentos mortais, mas tanto quanto possível devemos tentar libertar-nos da lei da morte e tudo fazer para viver de acordo com a possibilidade mais poderosa que nos acontece. Porque embora seja pequena em volume, em poder e valor está muito acima de tudo o que existe.
Aristóteles, Ética a Nicómaco (X, 7, 1177b)
RF
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