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"Pátio dos Gentios" é nome de nova coleção dedicada ao diálogo entre fé e cultura
“Pátio dos Gentios” é o nome de uma nova coleção de livros que o blogue com o mesmo nome vai lançar em novembro para privilegiar «o diálogo da fé com a razão e as artes».
A série de «pequenas obras, traduzidas e também inéditas» começa com o livro italiano “Diálogos no átrio dos gentios onde os laicos e os católicos se encontram”, coordenado por Lorenzo Fazzini, revela a página.
«Trata-se de um conjunto de entrevistas a vários pensadores, do âmbito das ciências e da arte, crentes e não crentes, que procuram encontrar um significado plausível para o grande átrio da vida, com uma linguagem transversal e arejada», explicam os responsáveis do blogue iniciado há dois anos.
O lançamento, em parceria com a editora Diário do Minho, vai ocorrer no contexto da edição portuguesa do “Átrio dos Gentios”, nos dias 16 e 17 de novembro em Guimarães e Braga.
No original o volume tem posfácio do cardeal italiano Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura.
O blogue «nasceu como uma resposta ao desafio do Papa em 2009, quando afirmou: “penso que a Igreja deveria também hoje abrir uma espécie de ‘átrio dos gentios’ e promover o diálogo com aquelas pessoas para quem a religião é uma realidade estranha e Deus é desconhecido”».
Os membros da página, entre os quais se encontra o padre João Paulo Costa, colaborador no site do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, sublinham que o «diálogo» foi sempre o seu «grande desejo»: «quanto mais abrangente, melhor».
«Ao longo destes dois anos foram integrados também alguns colaboradores, de diferentes áreas do saber, crentes e não-crentes, com abertura para o diálogo e a procura do Transcendente», salientam os autores.
A maioria dos mais de 220 textos publicados é inédita, realçam, acrescentando que o blogue recebeu «mais de 61 mil visitas», de Portugal e países lusófonos, além dos Estados Unidos, Canadá, América Latina e Europa.
O aniversário da página é acompanhado pela criação de um logótipo: dois rostos voltados um para o outro como sinal de diálogo.
«Entre ambos há uma área onde se entrecruzam, onde se encontram, não há uma assimilação mas um mútuo enriquecimento. As identidades ficam salvaguardadas mas o confronto transforma-as e dá origem a um novo espaço, a uma nova realidade que é minha e é tua, é nossa.»
«As duas cabeças encontram-se dentro de uma área quadrangular, que se distingue apenas pelos quatro cantos: representa o «pátio dos gentios» do Templo, o lugar do intercâmbio que permanece aberto – por isso, apenas se distinguem os contornos – para quantos quiserem entrar no debate. O pátio, por si mesmo, não tem cor: as pessoas aportam e trazem a sua riqueza humana e espiritual para uma recinto de partilha.»
Rui Jorge Martins
© SNPC |
03.09.12