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Fé e cultura

A intervenção cultural da Igreja

O que é mais importante (criar, manter, repensar) na relação da Igreja com a Cultura?

O que é mais importante na relação da Igreja com a cultura é respeitar, possibilitar e promover o protagonismo dos leigos na intervenção cultural na sociedade.

 

1. Respeitar

Os leigos têm um campo próprio na missão da Igreja. E esse lugar é só seu. “Os leigos são especialmente chamados a tornarem a Igreja presente e ativa naqueles locais e circunstâncias em que só por meio deles ela pode ser o sal da terra” (diz a Lumen Gentium).

Nessa linha, Bento XVI sublinhou na sua primeira Encíclica a necessidade de respeitar o dever próprio e imediato dos fiéis leigos de intervir também na cultura, como cidadãos do Estado. Hão de trabalhar por uma ordem justa na sociedade com a sua legítima autonomia “e cooperando, segundo a respetiva competência e sob própria responsabilidade, com os outros cidadãos” (Deus caritas est, n. 29). Responsabilidade e autonomia.

Paulo VI, com outras palavras, assegurou que dos leigos “é o mundo vasto e complicado da política, da realidade social e da economia, como também o da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos "mass-media"” e, ainda, “o amor, a família, a educação das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento”.

Portanto, respeitar o protagonismo dos leigos é dar-lhes espaço, alentar-lhes o pluralismo – porque a cultura é um mundo “vasto”. A resposta às propostas mono-culturais que menosprezam a dimensão religiosa e contemplativa da vida (cf. Bento XVI, Fátima, 13 de maio de 2010) não é uma proposta mono-cultural da “cultura católica” de sinal oposto, criando um mundo à parte. A resposta é, antes, a riqueza e variedade da intervenção dos leigos, cidadãos livres e responsáveis. E para isso, há que fortalecer a sua identidade cristã – porque a cultura é um mundo “complicado”.

No coração de qualquer movimento cultural inovador, juntamente com toda a pessoa de boa vontade, aí há de estar o fiel cristão, cidadão das duas cidades, sal, luz, fermento que torna presente a luz do Evangelho.

 

2. Possibilitar

A Igreja, como “Mãe e Mestra”, dá o alimento para garantir a identidade cristã. A clareza da verdade da fé, a vivência do encontro com Deus nos sacramentos e na oração, o estímulo para a atuação é o que os fiéis leigos necessitam de receber dos seus pastores. As organizações da Igreja no campo cultural deverão assumir sempre um papel subsidiário, possibilitando a livre intervenção dos leigos, individual ou junto com outros.

 

3. Promover

Nesse sentido, é sempre necessário despertar inquietações culturais. Chamar à responsabilidade. Ajudar os leigos a tomar consciência da missão cultural própria que lhes compete. Em todos os âmbitos: artes plásticas, literatura, moda, ciência, estilos de vida, pensamento..., terão de fomentar a procura da verdade, a manifestação da beleza, a defesa da liberdade, a promoção da dignidade humana. Com mentalidade aberta. Com audácia. Com humildade para aprender. Com generosidade para não recuar.

Termino com umas palavras de S. Josemaria, que resumem bem o que pretendi transmitir: “Para ti, que desejas adquirir uma mentalidade católica, universal, transcrevo algumas características: – amplidão de horizontes e aprofundamento enérgico do que é perenemente vivo na ortodoxia católica; – esforço reto e são (frivolidade, nunca!) por renovar as doutrinas típicas do pensamento tradicional, na filosofia e na interpretação da História; – cuidadosa atenção às orientações da ciência e do pensamento contemporâneos; – e uma atitude positiva e aberta para com a transformação atual das estruturas sociais e das formas de vida” (Sulco, 428).

 

Mons. José Rafael Espírito Santo
Vigário Regional (Portugal) da Prelatura do Opus Dei
© SNPC | 27.03.12

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John Heseltine / Corbis

 

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