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Espiritualidade e cultura

O padre (no 20.º aniversário de uma ordenação)

Por bizarro que possa parecer, tornou-se muito raro ouvir falar da identidade ou da função do Padre na Igreja Católica sem associar imediatamente a palavra crise. Se este termo só muito recentemente entrou na gramática do quotidiano para designar a economia e a sociedade, há muito que ele acompanha a definição da figura e da missão do presbítero.

Primeiro, porque as estatísticas desenham uma diminuição das vocações sacerdotais e religiosas que não pode não ter consequências. Segundo, porque o modo como o padre era olhado do exterior também se alterou (o padre detinha um poder simbólico e exercia um magistério social inquestionáveis). E, por fim, e para resumir, a maneira como o Padre olha para si mesmo reflete também novas interrogações, expectativas e possíveis caminhos. A grande questão é como transformar esta crise, que não é de ontem nem de hoje, numa oportunidade para a perspetivação e vivência deste ministério fundamental.

Há, num contexto de nem sempre fácil leitura, algumas linhas que vão sublinhando a esperança. Uma delas é a perceção paradoxal de que o papel do padre em vez de se esboroar se tem afirmado com um relevo inédito. Pode-se mesmo dizer que o padre torna-se cada vez mais importante na vida dos cristãos e das comunidades. À medida que a visibilidade sociológica do padre parece diminuir, cresce a procura para o diálogo e o confronto da vida, as solicitações para acompanhar pequenos grupos e equipas, para estar presente nos momentos mais variados e em contextos mais íntimos. Lendo alguns sinais deste tipo, vemos emergir três eixos que constituem outros tantos desafios para o Padre de hoje:

O Padre é chamado a ser cada vez mais um homem da Palavra. Espera-se dele que tenha mergulhado a sua vida e a sua inteligência na Palavra de Deus e possa ser um anunciador, com capacidade de traduzi-la numa linguagem pertinente e atual, agindo com sentido profético e verdadeira sabedoria evangélica.

O Padre é chamado a exercer a paternidade espiritual de modo mais intenso, pela disponibilidade para acolher e acompanhar, sublinhando nos momentos diversos o essencial da esperança.

O Padre é chamado, até por fidelidade à tradição da Igreja, a sondar e a valorizar as novas fronteiras onde o Espírito se revela.

O Pe. José Tolentino Mendonça assinala esta 4.ª feira, 28 de julho, o 20.º aniversário da ordenação sacerdotal, pela qual dará graças na missa a que preside, às 19h00, na igreja de Santa Isabel, em Lisboa.

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P. José Tolentino Mendonça
Texto publicado originalmente em 11.6.2009 na Agência Ecclesia
© SNPC | 27.07.10

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