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Cinema

Micmacs - Uma brilhante confusão

Estará a meio caminho entre “Delicatessen” e “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”. Quem viu qualquer dos dois e gostou, sabe que pode escolher o último filme de Jean-Pierre Jeunet no cartaz de 17 de março.

Quem não viu ou não tenha gostado de alguns dos referidos, pode ter conta que não estamos perante o tipo de filme de agrado consensual e geral.

Uma comédia que mais depressa abre um sorriso na cara do que arranca gargalhadas, “Micmacs – Uma Brilhante Confusão” tem de absurdo o que tem de sério, numa clara crítica política que passa entre as mil e uma peripécias do enredo.

Em criança, Bazil fica orfão de pai, vítima da ação assassina de um traficante de armas. Já adulto, perde-se nos filmes cujos diálogos conhece de cor e debita no videoclube onde trabalha, até ao dia em que é vítima de uma bala perdida que se aloja na cabeça.

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Com a sua derradeira capacidade de sonhar prestes a desaparecer, Bazil conhece um vendedor de velharias que o faz crer haver ainda bons motivos para viver e lutar. Conduzido a uma espécie de “bunker” em pleno ferro-velho, Bazil encontra aí um naipe de personagens insólitas de habilidades várias, todas elas extraordinárias, que se prontificam a ajudá-lo no desmantelamento da rede de tráfico que vitimou o seu pai.

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Mais longe da inocência de “Amélie” do que do registo insólito de “Delicatessen”, este último trabalho de Jeunet é talvez menos convicente do que os dois antecessores pelo recurso a um humor mais primário e menos inteligente ou inspirado.

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Por outro lado, a fortíssima crítica política que o ar aparentemente disparatado de comédia de forma nenhuma dirime, também o aproxima um pouco mais do manifesto do que as obras anteriores, o que não sendo de si impeditivo de um bom resultado, pelo contrário, o torna, decididamente, menos equilibrado.

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De resto a marca Jeunet mantém-se no cenário “retro”, de certa forma intemporal, no jogo de oposições entre o que há de mais puro e bem intencionado no ser humano e o que mais pode degenerar em corruptível e degradante...

 

 

 

Margarida Ataíde
© SNPC | 14.03.11

Cartaz

 

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