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Evocação

Amália: mulher de fé e cultura

O P. Victor Feytor Pinto recordou esta terça-feira Amália Rodrigues como “mulher de fé, de cultura” e sublinhou o seu desempenho como “embaixadora da língua portuguesa”.

O sacerdote fez estas considerações durante a homilia proferida na missa evocativa dos 90 anos do nascimento da fadista, celebrada na Basílica da Estrela, em Lisboa.

Feytor Pinto começou por fazer uma analogia entre o fado de autoria de Amália “Estranha forma de vida” e a prática de vida da fadista, que conheceu.

Na fé, Amália “procurava o mistério de Deus não como solução mas como caminho (…), sempre pela mão de Maria”, disse Feytor Pinto, referindo-se à devoção da artista por Nossa Senhora do Carmo.

Numa missa que foi apresentada “no espírito mariano” (de Maria, mãe de Deus), Feytor Pinto recordou ainda um episódio da vida da fadista em que, numa noite vinda de um espetáculo no casino de Copacabana, no Rio de Janeiro, “se recolheu a orar” junto a uma Nossa Senhora.

“No dia seguinte foi lá colocar-lhe flores e, para espanto seu”, quando regressou passado um ano, aquele era um local de peregrinação, com muitas flores “e já com uma grade, que não permitia que Amália beijasse Nossa Senhora”, contou.

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“Uma fé alicerçada na oração” e “um coração marcado pela fé e pela ternura e que pelo humanismo a levava ao encontro dos pobres a quem nunca fechou a porta”, disse ainda.

Feytor Pinto referiu ainda o papel de Amália como embaixadora da língua portuguesa e os poetas que cantou.

A missa contou com a participação musical de instrumentistas que acompanharam Amália – Carlos Gonçalves, Lelo Nogueira –, dos cantores Juan de Santamaria e Joaquim Carneiro, de amigos da fadista e ainda do músico Rão Kyao, da organista Leonor Leitão-Cadete, do coro dos Senhor dos Aflitos de Lousada e de Maria Bethânia, que leu um texto e interpretou dois temas: “Cálice bento” e “Ave Maria”.

A Basílica da Estrela, onde Amália há dez anos foi velada e de onde saiu o funeral para o Cemitério dos Prazeres, estava hoje novamente repleta de pessoas, entre anónimos, amigos e personalidades das artes e do espetáculo.

Disco

Maria Eduarda da Sousa, 69 anos, uma das muitas anónimas que esteve na Estrela, afirmou à Lusa: “Vim porque rezo por ela todos os dias. Quando peço pelos meus que já partiram, incluo-a, pois para mim faz parte da família.”

Maria Eduarda, que cumprimentou várias vezes Amália, afirmou que não esquecerá nunca “o sorriso delicado e tímido, mas franco e aberto, e como falava como se nos conhecesse de sempre”.

Pedro Alves, 23 anos, foi à missa “pois não se pode esquecer uma tão grande que já se partiu”. “Sou muito novo e nunca a vi, nem num espetáculo, mas reconheço a elevada qualidade a que se exigia”, afirmou.

Na celebração, que contou com cerca de 400 pessoas, as leituras litúrgicas foram proclamadas pelos atores Elisa Lisboa, Maria José Paschoal e Victor de Sousa.

No final um dos desejos expressos por uma das fãs de Amália, Emília Graça Antunes, 72 anos: “Deviam repetir para o ano, e para o outro.”

 

Lusa
20.07.10

Amália Rodrigues

 

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