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Vaticano revela frescos antigos de «extraordinária intensidade e beleza»

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A Comissão Pontifícia de Arqueologia Sacra revelou os restauros e o novo museu das catacumbas de Santa Domitilla, em Roma, onde as primeiras comunidades de cristãos celebravam missa e rezavam, fugindo à perseguição, e enterravam os seus mortos.

Os técnicos alemães e austríacos envolvidos no restauro recorreram ao laser para revelar as pinturas antes obscurecidas por camadas de sujidade esteve o laser, que permitiu trazer à luz particulares pictóricos até agora desconhecidos.

As catacumbas permitem ver a «conjugação profunda entre a cultura clássica e a cultura cristã», naquele que é uma espécie de «lugar de diálogo entre duas expressões religiosas e duas visões do mundo que, no entanto, encontram muitas raízes comuns», explicou o presidente da Comissão Pontifícia.

«Estes túmulos representam as raízes da nossa mais profunda identidade, as raízes de Roma e do cristianismo», vincou o cardeal Gianfranco Ravasi, também presidente do Conselho Pontifício da Cultura.

Os 12 km, quatro pisos e os mais de 26 mil lóculos demonstram que nas catacumbas de Domitilla, consideradas as mais extensas de Roma, se respirava o cristianismo e a vida de Roma, bem como a afirmação da fé e a convicção na ressurreição, prosseguiu.



O espaço museológico «quer exprimir a mudança ideológica ou religiosa que conduz da civilização do mito à cultura cristã, através de cenas de vida quotidiana, sublinhando a importância do trabalho, entendido na aceção patrística, que vê na atividade manual uma espécie de continuação da criação»



«[Domitilla] é também importante pelo museu que preparámos, mas também porque os restauros que estamos a dirigir permitem ver um complexo iconográfico de imagens de extraordinária intensidade e beleza, e sobretudo de grande quotidianidade, recordando-nos que aqui, debaixo da terra, continuava a via que se desenvolvia acima», assinalou.

Uma das novidades reveladas pelos restauros é o conjunto de cenas pertencentes ao repertório da pintura paleocristã, a par de imagens que ilustram como se realizava o comércio de trigo e a distribuição do pão na cidade.

Numa das imagens vê-se Jesus ladeado por homens que se acreditam ser santos ou mártires cristãos. O restauro também revelou frescos que mostram ricos aristocratas romanos a abandonar a mitologia pagã para abraçar o cristianismo, bem como figurações de Moisés e Noé.

«Com o uso do laser, o trabalho decorativo de duas câmaras é mostrado em todo o seu esplendor, oferecendo-nos uma verdadeira descoberta, ainda que ambas fossem conhecidas há muitos séculos», explicou o superintendente da Comissão Pontifícia, Fabrizio Bisconti.



«Aqui, os cristãos, os visitantes, os homens dos nossos dias podem encontrar a resposta às suas interrogações mais urgentes e íntimas, percorrendo, na escuridão das catacumbas, os passos que conduziram as primeiras comunidades romanas para a luz da revelação, da salvação, da vida para além da morte»



Nas câmaras e criptas de Santa Domitilla, que incluem uma basílica, foram sepultados 150 mil cristãos. Depois da queda do Império Romano muitas das catacumbas da cidade foram esquecidas e, mais tarde, saqueadas, tendo sido redescobertas no século XVI.

No pequeno museu anexo às catacumbas, igualmente beneficiado, exibe partes de sarcófagos, esculturas de cabeças, estátuas e inscrições encontradas durante as escavações e que narram a vida diária que acontecia nas catacumbas.

O espaço museológico «quer exprimir a mudança ideológica ou religiosa que conduz da civilização do mito à cultura cristã, através de cenas de vida quotidiana, sublinhando a importância do trabalho, entendido na aceção patrística [padres e escritores cristãos notáveis dos primeiros séculos], que vê na atividade manual uma espécie de continuação da criação», afirmou o secretário da Comissão Pontifícia.

«Aqui, nos cemitérios, nos "dormitórios", na expetativa da ressurreição, respira-se essa atmosfera da expetativa e da esperança que movia os pensamentos dos irmãos da primeira hora. Aqui, os cristãos, os visitantes, os homens dos nossos dias podem encontrar a resposta às suas interrogações mais urgentes e íntimas, percorrendo, na escuridão das catacumbas, os passos que conduziram as primeiras comunidades romanas para a luz da revelação, da salvação, da vida para além da morte, com a convicção de que "a morte não tem a última palavra"», declarou Mons. Giovanni Carrù.



 

 
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