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Vaticano recorda Christo

«Recordando o artista Christo e o encontro intenso e cordial tido com ele em Assis, diante de uma série de esplêndidas representações das suas obras, ligadas a uma mensagem a “descobrir” sob os véus que as envolviam.»

Foi nestes termos, no Twitter, que o presidente do Conselho Pontifício da Cultura, cardeal Gianfranco Ravasi, saudou Christo Vladimirov Javacheff, que morreu este domingo, 31 de maio, em Nova Iorque, aos 84 anos.

Famoso por ter “embrulhado” os monumentos de meio mundo, trabalhou ao longo da sua vida artística com a mulher, Jeanne-Claude, até ao seu falecimento, em 2009.

Nascidos no mesmo dia, 13 de junho de 1935, os dois encontraram-se em Paris no ano de 1958, tendo-se revelado um duo de artistas excecional. Juntos foram os artífices da “Land art”, ou seja, a arte de intervir na paisagem e modificá-la.

E é precisamente na capital francesa que é esperada a última criação de Christo, a cobertura do Arco do Triunfo, ideia na qual trabalhava desde há anos, e que sonhou quando realizou um projeto similar na Pont Neuf, e que deveria concretizar-se em 2020.

A crise resultante da pandemia devida ao coronavírus obrigou ao adiamento do trabalho por um ano, e por isso o projeto, que continua válido, já não nascerá aos olhos do seu criador.

Entre os seus trabalhos mais famosos inclui-se o Reichstag, de Berlim, envolvido em tecido prateado, e The Gates, longo pergurso no interior do Central Park, em Nova Iorque, realizado em material alaranjado.

A ideia que terá conquistado maior impacto terá sido a imponente criação no lago de Iseo, a mais extensa das suas transformações de ambientes naturais ou citadinos. Além de ser admirada, a obra podia ser experimentada, caminhando sobre a ponte flutuante, que se tornou parte ativa da instalação.

«Sabeis que não tenho nenhuma obra existente? Todas desaparecem quanto estão terminadas. Eu só as esboço, e isso torna, de alguma forma, o meu trabalho lendário», sublinhou em entrevista concedida nos anos 90.

E acrescentou: «Considero que exige mais coragem criar coisas que depois desaparecem, do que a criar coisas que permanecem».



 

In L'Osservatore Romano
Trad.: Rui Jorge Martins
Publicado em 01.06.2020 | Atualizado em 08.10.2023

 

 
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