“Digito ergo sum”, expressão inspirada no célebre pensamento «cogito ergo sum» (“penso, logo existo»), do filósofo francês René Descartes (1596-1650), é o tema da próxima edição do “Átrio dos Estudantes”, que decorre segunda-feira, em Roma.
Na sessão, marcada para o “Maxxi – Museu Nacional das Artes do Século XXI”, os participantes poderão colocar questões sobre a importância do latim ao cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura, a Ivano Dionigi, presidente da Academia Pontifícia da Latinidade, e a Giulio Giorello, filósofo e epistemólogo.
O encontro desenvolver-se-á em torno da pergunta sobre a atualidade do latim: «Trata-se de uma língua depositária de um irrenunciável património cultural ou de um instrumento para a formação de igualmente irrenunciáveis competências nas novas gerações?».
A iniciativa visa também oferecer aos estudantes instrumentos culturais que os ajudem a compreender o sentido do latim e do seu estudo no contexto da sua formação académica, bem como a entender melhor uma língua franca num mundo antigo rico que arqueologia, arte e literatura.
Caracterizado por ser uma língua sintética por natureza, o latim coaduna-se, neste particular, com a tipicidade da comunicação contemporânea, que encontra na rede social “Twitter”, limitada a frases com um máximo de 140 caracteres, a par dos SMS, um dos seus expoentes mais difundidos na cultura ocidental.
O Átrio dos Estudantes, que este ano chega à quarta edição, foi criado a partir do Átrio dos Gentios, plataforma para o diálogo entre crentes e não-crentes coordenada pelo Pontifício Conselho da Cultura.
Rui Jorge Martins