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Umbrais : 6.3.2020

  relâmpago 

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se a vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos Céus. Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás; quem matar será submetido a julgamento’. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que se irar contra o seu irmão será submetido a julgamento. Quem chamar imbecil a seu irmão será submetido ao Sinédrio, e quem lhe chamar louco será submetido à geena de fogo. Portanto, se fores apresentar a tua oferta sobre o altar e ali te recordares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e vem depois apresentar a tua oferta. Reconcilia-te com o teu adversário, enquanto vais com ele a caminho, não seja caso que te entregue ao juiz, o juiz ao guarda, e sejas metido na prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo».

Mateus 5, 20-26

Outras leituras do dia: Ezequiel 18, 21-28; Salmo 129 (130), 1-2. 3-4ab. 4c-6. 7-8



  gravetos 

Por favor, não vos insulteis nem sejais hipócritas: ides louvar a Deus com a mesma linguagem com a qual insultais o irmão? Não, isto não se faz, mas fazei o que podeis pelo menos para evitar a guerra entre vós, encontrai um acordo. Permito-me dizer esta palavra que parece um pouco estranha, é a santidade pequena da negociação: não posso tudo, mas quero fazer tudo, então faço um acordo contigo, pelo menos não nos insultemos, não façamos a guerra e vivamos todos em paz. Jesus é grande e liberta-nos de todas as nossas misérias, inclusive daquele idealismo que não é católico. Peçamos ao Senhor que nos ensine, primeiro, a sair de qualquer rigidez, mas sair por cima, a fim de poder adorar e louvar a Deus; que nos ensine a reconciliar-nos entre nós; e também, que nos ensine a pôr-nos de acordo até ao ponto que o possamos fazer.

Papa Francisco



  silêncio 





“Agnus Dei” (“Missa Brevis em ré maior” - KV 194), Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)


  crisântemo 

Também do Martirológio vem um precioso contributo para a reflexão do papel das mulheres na Igreja. Hoje, por exemplo, é proposta a memória da Beata Rosa de Viterbo, cuja obra espiritual deixou também uma marca “política” na sua cidade dividida por lutas entre faces. Nasceu cerca de 1233 em Viterbo, filha de agricultores. Adoecendo, foi acolhida entre as terciárias franciscanas. Para recordar à cidade a dívida espiritual ao papa e ao Evangelho, depois de estar curada começou a pregar pelas estradas. A sua iniciativa, todavia, causou-lhe o exílio. Com a morte do imperador Frederico II, em 1250, pôde voltar, mas morreu no ano seguinte, com fama de santidade.

Matteo Liut, Avvenire



  invisível 

Imagem © Ismail Zaidy

  brisa 

O homem que se olha ao espelho sabe
Que vai morrer. Não sabe quando ou como,
Mas reconhece a finitude da vida
- Da sua vida, de cada vida.

Contempla o processo biológico
E admira-se perante o zelo do tempo
A modelar-lhe a velhice no rosto.

Rui Almeida



  tenda 

Imagem Catedral de Nossa Senhora da Assunção | Siena, Itália | Leonid_S/Bigstock.com

  barro 

A nossa atenção [na capela Sistina] dirige-se sobretudo ao grande fresco da abóbada, que Miguel Ângelo (6.3.1475-18.4.1564), por encargo de Júlio II, realizou em cerca de quatro anos, de 1508 a 1512. O grande artista, já célebre por obras-primas de escultura, enfrentou o empreendimento de pintar uma superfície de mais de mil metros quadrados, e podemos imaginar que o efeito produzido sobre quem a viu completada pela primeira vez certamente foi deveras impressionante. Deste imenso fresco precipitou sobre a história da arte italiana e europeia — dirá Wölfflin em 1899 com uma bela e já célebre metáfora — algo comparável com uma «violenta torrente de montanha portadora de felicidade e ao mesmo tempo de devastação»: nada permaneceu como antes. Giorgio Vasari, num famoso excerto das “Vite”, escreveu de modo muito eficaz: «Esta obra foi e é deveras a lanterna da nossa arte, que tanto enriqueceu e iluminou a arte da pintura, que foi suficiente para iluminar o mundo». Vinte anos mais tarde, no Juízo Universal, Michelangelo concluirá a grande parábola do caminho da humanidade, levando o olhar ao cumprimento desta realidade do mundo e do homem, ao encontro definitivo com o Cristo Juiz dos vivos e dos mortos.

Bento XVI



  sentidos 

Imagem “A reconciliação de Jacob e Labão” | Ciro Ferri

  ponte 

“Ecce homo”: eis o homem! Nele teve lugar a reconciliação do mundo com Deus. O mundo não será superado pela destruição, mas pela reconciliação. Não são os ideais, os programas, a consciência moral, o dever, a responsabilidade, a virtude, mas tão-só o amor pleno de Deus que permite arrostar a realidade e levá-la à sua culminação. Mais uma vez, não é uma ideia genérica de amor, mas o amor de Deus efetivamente experimentado em Jesus Cristo, que leva à plena realização. Este amor de Deus pelo mundo não se retira da realidade para almas nobres afastados do mundo, antes experimenta e sofre, da forma mais dura, a realidade do mundo.

Dietrich Bonhoeffer



 

Edição: Rui Jorge Martins
Publicado em 05.03.2020 | Atualizado em 15.04.2023

 

 
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