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Tolentino Mendonça recebeu Grande Prémio de Literatura: Ver a beleza, mesmo quando estamos na lama

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Tolentino Mendonça recebeu Grande Prémio de Literatura: Ver a beleza, mesmo quando estamos na lama

O padre José Tolentino Mendonça recebeu esta quinta-feira, em Loulé, o Grande Prémio de Literatura – Crónica e Dispersos Literários, atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores, em parceria com o município algarvio, tendo-se declarado «feliz e emocionado».

«O dever humilde de um escritor é também testemunhar a beleza possível, hipotética, latente e arrepiante que é nossa companheira de todos os dias, mesmo quando nos parece que, historicamente, estamos afundados na lama, no conflito e nos bloqueios históricos», afirmou o antigo diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, refere o jornal Folha de Domingo, da diocese do Algarve.

Tolentino Mendonça foi distinguido pelo livro “Que coisa são as nuvens?”, seleção das crónicas que escreve semanalmente na revista do jornal Expresso.

«É muito necessário fazer o gesto de levantar os olhos daquilo que nos parece o confuso da materialidade dos próprios acontecimentos, dos factos brutos da nossa pequena história e procurar outros pontos de vista, uma grandeza que, muitas vezes, se oculta no fragmento, no insignificante, naquilo que aparentemente não tem qualquer valor», vincou o poeta, ensaísta e especialista em Bíblia

O presidente da Associação Portuguesa de Escritores, José Manuel Mendes, referiu-se ao premiado como «grande figura» da cultura portuguesa, «singularíssima e rara».

O júri do prémio, no valor de dez mil euros, foi constituído por Casimiro de Brito, José Ribeiro Ferreira e José Cândido Oliveira Martins, que decidiram, por unanimidade, distinguir José Tolentino Mendonça.

A ata da decisão dos jurados realça «as qualidades múltiplas da obra», «a notável abrangência temática e ideológica», bem como «a oportunidade e intemporalidade de uma reflexão sobre a cultura contemporânea».

Na sessão de apresentação do livro, realizada em abril de 2015, o teólogo explicou a importância de entitular as suas crónicas com um questionamento: «Uma pergunta que nos remetesse para um espanto, uma pergunta universal que todos os homens fazem a eles mesmos».

Na cerimónia foi também concedida a medalha de honra do município, a mais elevada distinção local, à escritora algarvia Lídia Jorge, a quem Tolentino Mendonça escreveu, aos 15 anos, carta que não ficou sem resposta: «Deu-me as chaves para eu ter a minha própria experiência pessoal», afirmou.

Também no domínio da cultura, a Câmara Municipal de Loulé atribuiu, na quarta-feira, o nome do cónego Clementino de Brito à escola EB1 n.º 2 de Almancil, identificando a comunidade escolar com uma «prestigiada figura» da freguesia, refere a página da edilidade.

O sacerdote, que se distinguiu na área do jornalismo ao ser chefe de redação e diretor do jornal Folha de Domingo, «foi considerado um dos homens mais cultos do Algarve pela sua polivalência cultural».

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 06.05.2016 | Atualizado em 15.04.2023 | Atualizado em 09.05.2016

 

 
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