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Fé na cidade

Silêncio no centro comercial: parar, meditar, recomeçar

Não há montras, jogos de luzes nem cenários, preços, promoções ou saldos. Mas todos os dias pode haver novidades inesperadas para quem entra na capela de um centro comercial e se dispõe ao silêncio, ao diálogo e ao encontro.

As capelas dos centros comerciais Colombo e Amoreiras, em Lisboa, são ilhas de paz que a Igreja Católica oferece aos clientes e funcionários de complexos que, além das centenas de lojas, incluem torres para escritórios e habitação.

«A surpresa foi ver que o espaço tem sido muito procurado», contou à Agência Ecclesia o padre Peter Stilwell, há 15 anos responsável pela Capela das Amoreiras.

Depois de sublinhar que «não há guerra» entre comércio e espiritualidade, o sacerdote lembrou que as igrejas eram antigamente construídas nas praças de maior movimento, onde habitualmente se realizavam feiras.

O vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa recusa a incompatibilidade entre comércio e espiritualidade cristã.
«As pessoas vão comprar o que é necessário para garantir o funcionamento da sua casa; a caminho das lojas ou ao regresso entram para rezar. Faz parte do ciclo da vida e não vejo aí nenhuma contradição, antes pelo contrário», vincou.

«Se queremos dar trabalho às pessoas temos de comprar; se não compramos não há fábricas que funcionem nem gente nas lojas a vender», referiu o especialista em ecumenismo, acrescentando que os cristãos protestantes sempre estiveram mais à vontade do que os católicos na harmonia entre a fé e a atividade comercial.

As instalações da capela, com 120 lugares sentados, foram compradas na sequência de contactos entre o então cardeal-patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, e os proprietários do Centro inaugurado em 1985, no meio de polémica relacionada com a sua arquitetura.

«As pessoas procuram um espaço de silêncio e interioridade. Assegurá-lo no centro da capital é um serviço precioso que se presta não só aos católicos mas também à cidade», que desta forma «ganha em humanidade», afirmou o capelão de 65 anos.

FotoComplexo de comércio, escritórios e habitações das Amoreiras

O cónego José Traquina, capelão do Centro Comercial Colombo, o maior de Lisboa, partilha com o padre Peter um lamento: a falta de padres para presidir todos os dias à missa, bem como para o atendimento espiritual e para o sacramento da Reconciliação.

«É pena que não exista a celebração da eucaristia todos os dias porque há muitas igrejas paroquiais que não têm, de semana, tantas pessoas como as que stão aqui», referiu.

A capela foi aberta em 1997, acompanhando a inauguração do espaço comercial, e desde então foram-se consolidando laços entre os seus frequentadores, provenientes de diferentes bairros e paróquias.

FotoCentro Colombo, comércio e escritórios

O sacerdote pretende que a capela de Nossa Senhora das Descobertas seja cada vez mais «descoberta», pelo que na semana depois da Páscoa vai percorrer o centro, juntamente com leigos, levando «com simplicidade» uma mensagem fraterna aos lojistas e clientes.

O escondimento da capela do Colombo e as poucas indicações sobre a sua localização são também um problema nas Amoreiras, por imposição da empresa que gere o centro comercial, embora esses espaços não tenham como objetivo substituir as paróquias.

Ambas as capelas têm leigos voluntários que asseguram a preparação das missas e se encarregam de organizar devoções como o Terço e a Via Sacra.

 

Agência Ecclesia / SNPC
© SNPC | 17.03.12

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Centro Comercial Colombo


















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