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Encontro em África

Bento XVI pede ao Conselho Pontifício da Cultura novos modos de apresentar o Evangelho

Em mensagem dirigida aos Bispos Africanos responsáveis pela Pastoral da Cultura, o Papa pediu que se encontrem maneiras novas e eficazes de apresentar a verdade imutável do Evangelho, em particular o valor da alegria da vida, o respeito pela criança ainda não-nascida, o importante papel da família e o profundo sentido de comunhão e solidariedade presentes nas culturas africanas.

Os prelados participam num congresso organizado pelo Conselho Pontifício da Cultura sobre o tema: “Perspectivas pastorais para a nova evangelização no contexto da globalização e seus efeitos nas culturas africanas”.

Depois da mensagem do Papa foi lida a intervenção do Arcebispo D. Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura, intitulada “Os desafios culturais do secularismo propagados através da globalização”. Entre estes desafios o arcebispo citou “o esquecimento do bem comum, os comportamentos sociais guiados por lógicas mercantilistas, a destruição dos modelos de vida transmitidos pela família, a escola e a paróquia, a exaltação do individualismo”.

“Hoje os homens estão cada vez mais convencidos da inutilidade de combater Deus, como faziam os ateístas militantes, porque basta saber que Deus está reduzido à impotência, excluído do nosso mundo. Criou-se deste modo uma atmosfera de indiferença, característica da actual cidade secularizada, que não vive mais contra Deus, mas simplesmente sem Deus”, observou o prelado. “Neste contexto a Igreja vê diante de seus olhos o poder corrente da globalização, que carrega consigo um certo número de contravalores em detrimento das pessoas e da comunidade humanas.”

Os mais pobres, observou o Arcebispo, são os mais expostos aos perigos de uma globalização mal-entendida, que leva à “destruição dos valores ligados às tradições culturais ancestrais, à desestabilização das consciências e à perda das raízes culturais de gerações inteiras, mergulhadas numa espiral que as leva da pobreza à miséria”. Mas é precisamente num contexto de secularização globalizada que a Igreja pode descobrir como fazer ressurgir “o humanismo cristão” e “propor de novo os grandes desafios morais”, com “a Palavra de Deus capaz de fecundar os desertos da indiferença e da superficialidade”.