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Espiritualidade

O Grito do Gamo ou A Couraça de São Patrício

São Patrício – que a Igreja evoca a 17 de Março – nasceu no final do século IV, no sei o de uma família cristã, numa vila ou aldeia não identificada da Grã-Bretanha. Todavia, não existe consenso entre os investigadores, havendo quem defenda a tese de que a sua terra natal seria a França, sendo sua mãe uma irmã de São Martinho de Tours. Todos estão porém de acordo em dizer que na primeira adolescência teria sido raptado para a Irlanda, onde, na condição de escravo, foi pastor de gado.

Em seguida, diz-nos a lenda, um anjo lhe apareceu e apontou o caminho do mar e da fuga para o continente. Aí, o mesmo anjo o encaminhou para uma abadia fundada pelo tio São Martinho. Terminados os anos de formação e já ordenado padre, rumou para a Terra Santa e, em 431, foi sagrado bispo pelo Papa Celestino I, recebendo o encargo de partir em missão para a Irlanda. Numa das escalas da viagem, prossegue a lenda, Cristo apareceu-lhe e fez-lhe a entrega do bordão que usara nos campos da Palestina.

Chegado à Irlanda iniciou a sua obra missionária e ergueu o primeiro templo cristão da ilha em local que para o efeito lhe foi oferecido pelo primeiro chefe indígena que converteu. Para fugir aos perigos, iludir as perseguições e defender-se das ameaças a que continuamente estava sujeito, recitava um hino que ficou conhecido na história e na literatura como «O Grito do Gamo» ou «A Couraça de São Patrício», cuja autoria lhe está atribuída.

 

O Grito do Gamo

Eu levanto-me hoje
Pelo imenso poder da invocação da Trindade,
Pela minha crença em que Ele é Três,
Pela minha confissão que Ele é Um,
O Criador da Criação.

Eu levanto-me hoje
Pelo poder do Nascimento de Cristo e do seu Baptismo,
Pelo poder da Sua Crucifixão e do Seu Enterro,
Pelo poder da Sua Ressurreição e da Sua Ascensão,
Pelo poder da Sua vinda no dia do Juízo Final.

Eu levanto-me hoje
Pelo poder do amor do Querubim,
Na obediência dos Anjos,
No serviço dos Arcanjos,
Na esperança da ressurreição minha recompensa,
Nas preces dos Patriarcas,
Nas predições dos Profetas,
Na pregação dos Apóstolos,
Na fé dos Confessores,
Na inocência das Virgens,
Nas obras dos Homens Justos.

Eu levanto-me hoje
Pelo poder do Céu:
A luz do Sol,
O brilho da Lua,
O esplendor do Fogo,
A rapidez do Raio,
A doçura do Vento,
A fundura do Mar,
A segurança da Terra,
A firmeza da Rocha.

Eu levanto-me hoje
Pelo poder de Deus em me guiar:
A força de Deus para me amparar,
A sabedoria de Deus para me ensinar,
Os olhos de Deus para olharem por mim,
Os ouvidos de Deus para me ouvirem,
A palavra de Deus para falar por mim,
A mão de Deus para me guardar,
O caminho de Deus para eu trilhar,
O escudo de Deus para me proteger,
O exército de Deus para me salvar
Das ciladas dos demónios,
Das tentações dos vícios,
De quem me queira mal,
Quer eu esteja longe ou esteja perto,
Só ou na multidão.

E hoje convoco os poderes de Deus que me defendem de todo o mal,
E não consentem que o meu corpo combata a minha alma,
E me defendem das encantações dos falsos profetas,
E me defendem das leis sinistras do paganismo,
E me defendem das leis iníquas das heresias,
E me defendem das manhas e artes da idolatria,
E me defendem do feitiço das mulheres, magos e bruxos,
E me defendem de toda a ciência que rói o corpo e rói a alma.

Hoje é Cristo o meu escudo
Contra o veneno e contra a labareda,
Contra águas profundas e contra chagas e feridas,
E assim hei-de receber a recompensa e saciar-me.

Cristo está comigo,
Cristo está à minha frente e está atrás de mim,
Cristo está em mim, Cristo está por baixo de mim e por cima de mim,
Cristo está à minha direita e à minha esquerda.
Cristo está comigo quando me deito,
Cristo está comigo quando me assento,
Cristo está comigo quando me ergo.
Cristo está no coração do homem que pensa em mim,
Cristo está nos lábios de quem fala por mim,
Cristo está nos olhos de quem me olha.

Eu levanto-me hoje
Pelo imenso poder de invocação da Trindade,
Pela minha crença em que Ele é Três,
Pela minha confissão que Ele é Um,
O Criador da Criação.

Domini est salus, Domini est salus, Christus est salus; Salus tua, Domine, sit semper nobiscum.
[Ao Senhor pertence a Salvação, ao Senhor pertence a Salvação, a Cristo pertence a Salvação; Que a Tua Salvação, Senhor, esteja sempre connosco.]

 

Texto e tradução: José Domingos Morais
16.03.10

São Patrício

 

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