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Passagem suprema: a Quaresma na cultura portuguesa

Falar do tempo religioso na cultura portuguesa é falar, a um tempo, dos místicos e dos artífices do diálogo humano de uma dramaturgia que tem em Gil Vicente o seu exemplo mais evidente. Lembremo-nos de Frei Tomé de Jesus e de Frei Agostinho da Cruz que põem o diálogo com a transcendência como modo de conhecer e compreender o mundo das pessoas e a força do próximo e do amor. E, se bem lermos as palavras que nos legaram, fácil é o entendimento do diálogo riquíssimo do “Auto da Lusitânia” entre Todo-o-Mundo e Ninguém, complemento natural da poética que Paul Claudel designou como con-naissance – nascimento em comum, partilha, proximidade e amor. Frei Agostinho da Cruz é claríssimo: “Claros sinais de amor, ah saudade! / Minha consolação, minha firmeza, / Chagas de meu Senhor, redenção minha”. Mas, o tempo da Quaresma é dinâmico envolve a provação e a alegria, a limitação e a emancipação, a esperança da passagem suprema que é a Páscoa. “Minha aldeia na Páscoa… / Infância, mês de abril! / Manhã primaveril! / A velha igreja. / Entre as árvores alveja, / Alegre e rumorosa / De povo, luzes, flores… / E, na penumbra dos altares cor-de-rosa. / Rasgados pelo sol os negros véus. / Parece até sorrir a Virgem-Mãe das Dores. /Ressurreição de Deus!”. A Quaresma é, assim, na expressão poética de Teixeira de Pascoaes, o culminar de um tempo de plenitude que chega à “manhã primaveril” da Páscoa e à força sublime da Ressureição.

 

Guilherme d'Oliveira Martins
Presidente do Centro Nacional de Cultura
© SNPC | 26.03.12

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Mark Rothko

 

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