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Papa sublinha que mulheres não são «hóspedes» mas «plenamente participantes» na vida da Igreja

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Papa sublinha que mulheres não são «hóspedes» mas «plenamente participantes» na vida da Igreja

O papa recebeu hoje no Vaticano membros e consultores do Pontifício Conselho da Cultura, a quem frisou que a plena participação das mulheres na vida das comunidades católicas é uma tarefa inadiável.

As palavras de Francisco foram proferidas na audiência aos participantes na assembleia plenária daquele organismo, entre os quais o bispo D. Carlos Azevedo e o padre José Tolentino Mendonça, que desde quarta-feira se encontram em Roma para debater o tema “Culturas femininas – Igualdade e diferença”.

«O tema por vós escolhido está no meu coração, e já em várias ocasiões tive oportunidade de o tocar e de convidar a aprofundá-lo. Trata-se de estudar critérios e modalidades novas, a fim de que as mulheres se sintam não hóspedes mas plenamente participantes dos vários âmbitos da vida social e eclesial. Este é um desafio que não se pode continuar a adiar», frisou.

«Digo-o aos pastores das comunidades cristãs, aqui em representação da Igreja universal, mas também às leigas e leigos de vários modos comprometidos na cultura, na educação, na economia, na política, no mundo do trabalho, nas famílias, nas instituições religiosas», afirmou Francisco.

Francisco manifestou-se convencido da «urgência de oferecer espaços às mulheres na vida da Igreja e de as acolher, tendo em conta as específicas e mutáveis sensibilidades culturais e sociais», pelo que «é desejável» uma presença feminina «mais capilar e incisiva nas comunidades», para que se «possam ver muitas mulheres envolvidas nas responsabilidades pastorais, no acompanhamento de pessoas, famílias e grupos, assim como na reflexão teológica».

Na intervenção, Francisco baseou-se no programa da assembleia, que termina este sábado, para apresentar linhas orientadoras que concretizem a integração da mulher na sociedade e na Igreja, «no coração de todas as culturas, em diálogo com várias pertenças religiosas».

«A primeira temática é: entre igualdade e diferença, à procura de um equilíbrio. Este aspeto não deve ser enfrentado ideologicamente, porque a “lente” da ideologia impede que se veja bem a realidade. A igualdade e a diferença das mulheres – como, de resto, dos homens – percecionam-se melhor na perspetiva do “com”, da relação, do que na [perspetiva] do “contra”, apontou.

Para Francisco, «ficou para trás, pelo menos nas sociedades ocidentais, o modelo da subordinação social das mulheres ao homem, um modelo secular que, todavia, nunca esgotou os seus efeitos negativos», ao mesmo tempo que foi igualmente superado «um segundo modelo, o da pura e simples paridade, aplicada mecanicamente, e da igualdade absoluta».

«Configurou-se assim um novo paradigma, o da reciprocidade na equivalência e na diferença. A relação homem-mulher, portanto, deverá reconhecer que ambos são necessários enquanto possuem, sim, uma idêntica natureza, mas com modalidades próprias. Uma é necessária ao outro, e vice-versa, para que se cumpra verdadeiramente a plenitude da pessoa», declarou.

Centrando-se na “generatividade” como código simbólico, outro dos temas do encontro, o papa disse que ela «dirige um olhar intenso a todas as mães, e alarga o horizonte à transmissão e à tutela da vida, não limitada à esfera biológica».

«Neste âmbito, tenho presente e encorajo o contributo de muitas mulheres que trabalham na família, no campo da educação da fé, na atividade pastoral, na formação escolar, mas também nas estruturas sociais, culturais e económicas. Vós, mulheres, sabeis incarnar o rosto terno de Deus, a sua misericórdia, que se traduz em disponibilidade a dar tempo mais do que a ocupar espaços, a acolher em vez de excluir. Neste sentido, agrada-me descrever a dimensão feminina da Igreja como ventre acolhedor que regenera a vida», observou.

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 07.02.2015 | Atualizado em 19.04.2023

 

 

 
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Trata-se de estudar critérios e modalidades novas, a fim de que as mulheres se sintam não hóspedes mas plenamente participantes dos vários âmbitos da vida social e eclesial. Este é um desafio que não se pode continuar a adiar
«Ficou para trás, pelo menos nas sociedades ocidentais, o modelo da subordinação social das mulheres ao homem», ao mesmo tempo que foi igualmente superado «um segundo modelo, o da pura e simples paridade, aplicada mecanicamente, e da igualdade absoluta»
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