O papa recebeu hoje, no Vaticano, a seleção nacional de futebol da Alemanha, tendo sublinhado a importância do coletivo e agradecido a colaboração em «importantes objetivos sociais», nomeadamente um deles, associado à Igreja católica.
Depois das intervenções do presidente da Federação Alemã de Futebol, Reinhard Grindel, que no início do mês foi reeleito no cargo para os próximos quatro anos, e do guarda-redes Manuel Neuer, Francisco afirmou que «muitas vezes» tem ouvido dizer que os triunfos da seleção germânica são «vitórias da equipa».
«Por isso, a “Mannshaft” tornou-se uma definição comum do vosso grupo. Com efeito, o desporto de competição requer não apenas muita disciplina e sacrifício pessoal, mas também respeito pelo próximo e espírito de equipa», frisou.
O «sucesso» da seleção, prosseguiu o papa, tem conduzido a seleção a reconhecer a sua «responsabilidade para lá do campo do futebol», sobretudo para com os jovens que tem os jogadores na “Mannschaft” «como modelo».
«E conduz-vos também a comprometerem-se juntos em alguns importantes objetivos sociais. Neste contexto, estou especialmente grato pelo vosso apoio aos “Sternsinger”, os “Cantores da Estrela”, para ajudar concretamente crianças e jovens dos países mais pobres», realçou.
Para Francisco, esta iniciativa da seleção campeã do mundo «mostra como é possível ultrapassar juntos barreiras que parecem insuperáveis e penalizam as pessoas carenciadas e marginalizadas».
«Também desta forma contribuís para a construção de uma cidade mais justa e solidária. Agradeço-vos a vossa visita e desejo-vos tudo de bom para a atividade desportiva e social», afirmou.
A terminar, o papa dirigiu um apelo aos jogadores, responsáveis técnicos e dirigentes: «Peço-vos, por favor, que rezem por mim, e de coração abençoo cada um de vós e as vossas famílias».
No dia da Epifania (Reis), cerca de meio milhão de crianças, divididos em pequenos, grupos, saem às ruas para cantarem de porta em porta para pedirem donativos que vão financiar projetos sociais.
Desde 4 de dezembro de 2015 a iniciativa, que se aproxima das seis décadas de existência, integra o património imaterial da UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
«Estou muito contente que o empenho dos Cantores da Estrela tenha recebido um reconhecimento tão importante», declarou na ocasião o presidente da Conferência Episcopal Alemã, cardeal Reinhard Marx.
Citado pela agência Fides, o prelado salientou que «as crianças, os jovens e os seus acompanhantes são um sinal visível de uma Igreja ativa e em movimento na Alemanha, que mantém uma antiga tradição de modo vivaz, no signo da caridade cristã e da solidariedade com as crianças que sofrem em todo o mundo».
Em 2016 foram doados 45 milhões de euros, repartidos por 1600 projetos, refere a Federação Alemã de Futebol.